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Prado defende esforço conjunto para barrar entrada de drogas em MT

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Cerca de 650 quilos de cocaína já foram apreendidos este ano na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. Somente em 2009, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e a Polícia Federal apreenderam mais de uma tonelada de entorpecentes. Para discutir estratégias de combate ao tráfico de drogas e armas na região, o Ministério Público Estadual (MPE) e o Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado (GNCOC) promovem nesta quinta e sexta-feiras (10 e 11), em Cáceres, o "2º Encontro de Fronteira".

O evento contará com a participação de representantes do Ministério da Justiça, Exército, Justiça Federal, Ministério Público Federal, Justiça estadual e federal, polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), entre outros. A abertura do "2º Encontro de Fronteira" ocorrerá no dia 10, às 8h, na Unemat. O restante do encontro será restrito aos representantes das instituições que atuam na área.

O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), procurador de Justiça Paulo Prado, ressalta que cerca de 80% da cocaína consumida no Brasil passa pela fronteira de Mato Grosso. "Iremos nos reunir com todas as autoridades competentes para definir qual é a meta prioritária de combate ao tráfico no Estado. Todas as esferas de governo precisam unir esforços, caso contrário, a situação perderá o controle e teremos municípios dominados pelo crime", diz ele.

Para o procurador-geral de Justiça, Marcelo Ferra de Carvalho, a questão do tráfico no Estado é um problema nacional. "A droga transportada do país vizinho para Mato Grosso vai para os todos os pontos do Brasil, ou seja, o combate ao tráfico de drogas nessa região é de interesse da nação. O Ministério Púbico tem agido com rigor em suas atribuições e tem velado pelo andamento célere dos processos, porém, somente isso não resolverá o problema. É necessário que haja uma política de combate ao tráfico na fronteira e o endurecimento das relações externas por parte do governo federal", afirma.

Nos últimos cinco anos, as Promotorias de Justiça de Cáceres instauraram 9.500 procedimentos criminais, dos quais 90% estão relacionados ao tráfico e ao uso de drogas como homicídios, receptação de veículos, roubos e violência doméstica. "O número de ações penais relacionadas ao tráfico de drogas em Cáceres é algo surpreendente. Nos últimos cinco anos, somente na Justiça Estadual, foram interpostas 900 ações penais por tráfico", informou o promotor de Justiça, Samuel Frungilo.

Em Mato Grosso, a fronteira com a Bolívia tem a extensão de 980 km. Desse total, 750 são de fronteira seca, ou seja, não existe nenhuma marca ou barreira física que impeça a travessia de veículos e pessoas. As milhares de estradas abertas no meio do mato, conhecidas como "cabriteiras", facilitam a passagem de entorpecentes, veículos roubados, armas e munições. "As apreensões ocorrem das formas mais variadas. O tráfico de drogas é feito em latarias de veículos, ônibus, bicicleta e até a pé", disse o chefe da Delegacia de Polícia Federal em Cáceres, Dennis Maximino do Ó.

Das 22 cidades que fazem fronteira com a Bolívia, Cáceres é considerada a principal rota de tráfico no Estado. Distante 90 km do território boliviano, a cidade sofre as consequências por essa proximidade. Hoje, existem mais de 200 bocas-de-fumo espalhadas na área urbana, o que contribui consideravelmente para o aumento da criminalidade. Dos 396 presos na Cadeia Pública do município, 176 estão envolvidos com o tráfico de drogas. "Esses dados demonstram que cerca de 50% das pessoas que cumprem pena ou que estão presas provisoriamente estão em razão de serem traficantes ou de pertencerem à associações criminosas ligadas ao tráfico de drogas", afirma a promotora de Justiça Januária Dorilêo Bulhões.

 

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