
Anteriormente, quando foi ouvida pela Polícia Federal, Laura disse que não tinha conhecimento da empresa e nem sabia que estava em seu nome deixando a entender que teria sido usada como “testa de ferro” pelo marido. Agora, seu depoimento foi aliado com a versão do esposo, que ela sabia da empresa, mas por um acordo conjugal, deixava a administração empresa sob total responsabilidade de Eder. “Ela apenas assinava os cheques a pedido do marido”, disse.
Tortorelli informou que sua cliente disse ao juiz que a administração, contratação e toda e qualquer movimentação financeira da empresa eram feitas por Eder em comum acordo. “É uma empresa familiar criada por eles. E, por decisão familiar o Eder tomava conta dos negócios e a Laura tomava conta das coisas de casa, dos filhos, educação. Ela tinha pleno ciência da existência da empresa, mas não geria a empresa. Quem administrava era Eder”, enfatizou o advogado.
De acordo com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, a microempresa aberta em nome de Laura seria de fachada e criada com intuito de realizar transações tidas como clandestinas. A defesa nega essa tese. Sustenta que a empresa foi fundada em 1995 e ainda não foi encerrada. Foi criada para administrar a carreira de uma filha do casal há 15 anos que era cantora. A empresa deveria tomar conta da carreira da filha, mas como a carreira artística não deu certo, a empresa foi modificada por Eder.”Toda a gestão, contratação, assinatura de contratos era feita por Eder que analisava e levava para ela assinar”, reafirmou Tortorelli por várias vezes destacando que eles são casados há 25 anos e existe uma relação confiança entre eles.
“Ela assinava cheques a mando do marido. Ele falava, eu preciso que você assine isso e ela assinava”. A tese da defesa é que ela não sabia, confiava no marido por ser uma empresa familiar e dentro da legalidade. “Então ela fazia isso a pedido do marido, ela não preocupava em saber disso, confia no marido por uma opção dela”, disse o advogado.
Contradição- Na fase do inquérito, Laura disse à Polícia Federal que não tinha conhecimento da empresa em seu nome e nem sabia do capital movimentado por meio dela. Agora a defesa afirma que o depoimento dela prestado lá atrás será combatido. “Vai ser combatido. Isso foi feito em outra época. Depoimento você pode mudar a qualquer momento. Foi um depoimento na Polícia que ela foi pega sob forte emoção. Aqui em juízo ela pode falar novamente e mudar”, destacou.
Ele ressaltou que o depoimento de Eder Moraes confere com a tese de defesa de Laura, de que a empresa era familiar criada com sua ciência. “Em momento algum ela foi enganada dos fatos, ela tinha confiança no seu marido que administrava a empresa e ela administrava o lar”. Tortorelli também foi questionado se o depoimento de Laura poderá incriminar o marido. “De forma alguma. Quem tem saber isso que vai incriminar não sou eu. Não faço a defesa do Eder, não sou juiz nessa causa. Isso que vai decidir é a Justiça. Ela vai falar a verdade que é o que eu passei para vocês”.


