Quatro detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE) são responsáveis por comandar a quadrilha que roubava veículos. Os criminosos utilizavam redes sociais e aplicativos, como WhatsApp, para se comunicarem com comparsas, os chamados "soldados do crime", que geralmente são adolescente ou jovens com até 25 anos, que realizavam os assaltos à mão armada e furtos de veículos encomendados.
O delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (Derrfva), aponta que o grupo descaracterizava os veículos que passavam a rodar tanto em Cuiabá, quanto em Várzea Grande, além de seguir para mercado nos países próximos.
"Durante três meses de investigações descobrimos que o grupo agia tanto no roubo, quanto na adulteração e falsificação de documentos, tráfico de drogas e até mesmo estelionato, aplicando golpes nas horas de folga. Acreditamos que tenha causado prejuízo em torno de R$ 1,5 milhão". Assim que a polícia agia e prendia suspeitos, outros "soldados" surgiam, substituindo os antecessores nos crimes. A descoberta foi possível através de infiltração digital na qual a polícia teve acesso, o que possibilitou a identificação da liderança, explica delegado adjunto da Derrfva, Marcelo Torhacs.
Segundo Torhacs, foi solicitado junto à Secretaria de Estado de Segurança Pública, que os presos sejam transferidos para outras unidades prisionais, para que não haja mais comunicação entre eles. Para o secretário da pasta, Roger Jarbas, há uma preocupação com a comunicação entre os detentos através de celulares, sendo que o Estado adquiriu recentemente aparelho móvel que buscar conter a prática.
Ainda conforme as investigações, organização criminosa chegava a pagar mensalidade para famílias dos envolvidos, em caso de prisão, configurando verdadeira empresa do crime.
Operação "Ares Vermelho", cumpriu 51 mandados de prisão preventiva, 12 conduções coercitivas e 62 buscas e apreensão domiciliar, em de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. Em Cuiabá, mais de 30 mandados foram cumpridos, expedidos pela 7ª Vara Criminal da Capital – Vara Especializada do Crime Organizado.
Em Sinop, um homem e uma mulher foram presos por envolvimento com esta quadrilha. Eles foram encaminhados à delegacia da Polícia Civil para prosseguimento nas investigações.



