Mesmo com a política cambial do país em relação à baixa do dólar, Mato Grosso manteve no período de janeiro a setembro deste ano o aumento de 35,23% nas exportações em relação ao mesmo período do ano anterior. O acumulado no período já ultrapassou o total das exportações do ano anterior, totalizando US$ 3,2 bilhões, contra 3,1 bilhões em 2004.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (17) pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), em parceria com a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme).
Apesar de manter o crescimento, o volume comercializado em setembro foi menor do que o registrado em agosto, fazendo cair as exportações de US$ 447 milhões para US$ 406 milhões. Com estes números, Mato Grosso continua ocupando o 10º lugar no ranking nacional, sendo responsável por 4,23% nas exportações totais do Brasil, e 58% da região Centro-Oeste, onde se destaca como principal exportador.
De janeiro a setembro, o complexo soja (grãos, farelo e óleo) se manteve como carro-chefe das exportações mato-grossenses, representando 81,70% do total comercializado pelo Estado, indicando crescimento de 40% em relação ao mesmo período de 2004. De acordo com a análise divulgada pelo CIN, as exportações de soja cresceram, porém, a quantidade exportada quase dobrou em relação ao ano passado, para poder atingir este patamar, pois o preço deste produto passou de US$ 0,28 em 2004, para US$ 0,24 em 2005.
O complexo carne (bovina, suína e aves),ultrapassou o setor madeireiro e se tornou o segundo produto mais vendido por Mato Grosso. Atualmente ele é responsável por 6,35% do total exportado, em relação ao mesmo período do ano anterior, obtendo crescimento de 57%, totalizando US$ 204 milhões nas exportações. Somente a carne bovina foi responsável por US% 150 milhões nas vendas, o que representa um crescimento de 58% em relação a 2004. A madeira passou a ocupar o terceiro lugar no ranking dos produtos mais vendidos pelo Estado.
Apesar de ser responsável por 5,92% do total comercializado, o crescimento das vendas deste produto foi de 0,58%, sendo considerado pelos especialistas como o menor índice de crescimento dos últimos tempos. “O setor madeireiro está em crise devido à Operação Curupira e o engessamento da política florestal estadual e federal, impossibilitando o cumprimento dos contratos internacionais já firmados”, diz a análise elaborada pelo Centro Internacional de Negócios da Fiemt.
Apesar da crise em alguns setores produtivos, outros produtos voltam a ganhar destaque nas exportações mato-grossenses,como por exemplo os minerais, que registrou o crescimento de 348% com as exportações de diamantes e ouro, que somam o total de US$ 3,2 milhões. O couro também apresentou crescimento contínuo no período, com aumento de 158% nas exportações, representado por US$ 24 milhões em 2005, contra US$ 9 milhões em 2004.
IMPORTAÇÔES – As importações de janeiro a setembro de 2005 apresentaram crescimento de 22,41%, registrando o acumulado de US$ 344 milhões. Adubos e fertilizantes se destacaram como os principais produtos importados, com um percentual de 12% de crescimento e montante de US$ 273 millhões. Em segundo lugar foi ocupado pelas máquinas mecânicas utilizadas nas lavouras de soja e algodão com participação de US$ 17,4 milhões com um crescimento de 243% em relação ao ano passado.
O Gás Natural manteve crescimento contínuo de 8,21%, podendo ocorrer um aumento mais expressivo devido ao início da comercialização do gás veicular. Mesmo com o aumento nas importações, Mato Grosso mantém saldo positivo na Balança Comercial de US$ 2,8 bilhões, com aumento de 36,96% em relação ao mesmo período do ano anterior.
