Pela primeira vez nos últimos sete meses, o setor do comércio e serviços de Mato Grosso registra incremento nas liberações de recursos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em janeiro deste ano foram desembolsados R$ 24,9 milhões contra R$ 14,7 milhões no mesmo período do ano passado, uma expansão de 69,3% de um ano para outro. Desde junho de 2007, o segmento registrava retração nos financiamentos liberados pelo agente financeiro, encerrando o ano passado com R$ 325 milhões ante R$ 557,9 milhões de 2006, recuo de 41,7% na variação anual.
Apesar dos números negativos no ano passado, o presidente em exercício da Federação do Comércio, Bens e Serviços de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Hermes Martins, afirma que os empresários locais voltaram a sentir otimismo com os negócios, haja vista a recuperação do setor agrícola e pecuário, com os preços da soja batendo recordes e o valor da arroba do boi sendo mantido mesmo com as exportações embargadas para os principais compradores, União Européia e Rússia.
“Estes eventos deixam os empresários animados para fazer novos investimentos, que demandam a contratação de financiamentos”, diz Martins ao explicar que no ano passado, mesmo diante dos sinais positivos quanto ao comportamento da economia local, os empresários do setor estavam receosos para contratar novos empréstimos. Isso porque os dois anos anteriores foram bastante difíceis para qualquer tomada de crédito, pois a instabilidade do setor do agronegócio refletiu significativamente nos demais segmentos econômicos do Estado. “Os empresários estão vislumbrando um cenário mais positivo e o clima é de euforia, por isso os números mostram crescimento nos desembolsos”. Ele acrescenta ainda que a perspectiva é que este ano os financiamentos encerrem com números positivos tanto para o comércio varejista quanto para os prestadores de serviços.
Janeiro – No primeiro mês deste ano, os desembolsos totais contabilizados por Mato Grosso registraram incremento de 206,9%, passando de R$ 66 milhões em 2007 para R$ 202,6 milhões em 2008. As liberações do agente financeiro são feitas, além do setor de comércio e serviços, para empresários da agropecuária, indústria extrativa e de transformação e Serviços Industriais de Utilidade Pública (Siup).