
De acordo com ele, o governo anterior reduziu a alíquota para a venda de animais vivos para fora do Estado. Bellincanta disse que o governo local cobra 7% de impostos na venda de animais. Enquanto em Mato Grosso do Sul, são cobrados 12% sobre este mesmo tipo de transação. Ou seja, há uma proteção do governo vizinho em relação ao seu mercado. Para ele, é hora de corrigir esta distorção e valorizar as empresas locais. Atualmente, saem mensalmente uma média 44 mil animais vivos de Mato Grosso. Isso representa o volume abatido por três grandes frigoríficos com cerca de mil funcionários em cada um deles.
O empresário aponta que não se deve proibir a venda de animais vivos para fora do Estado, mas o governo pode inibir para fortalecer as empresas locais. Ele afirmou que o sindicato tentou procurar os secretários e governador da gestão passada, porém, nunca foram sequer ouvidos. “Nos últimos três ou quatro anos o governo não nos atendeu e esta crise no setor é reflexo deste descaso”.
Outro ponto da gestão anterior criticado por ele é o valor do ICMS recolhido por algumas empresas. Sem citar nomes, Bellincanta disse que há diferenciação de valores e o pagamento do imposto chega até a 2% a mais entre uma e outra empresa e é preciso corrigir esta discrepância para haver uma concorrência saudável.
Ele disse que o fechamento de empresas deste setor se dá única e exclusivamente pela falta de matéria-prima em Mato Grosso. Ninguém paralisaria uma atividade rentável, mas nos últimos anos a demanda ficou maior do que a oferta de animais. O número de animais abatidos caiu consideravelmente causando uma ociosidade nas indústrias. O Frialto (instalado em Sinop), da qual é diretor, estava operando com menos de 50% de sua capacidade.
Apesar do fechamento destas empresas, as que permanecem em atividade conseguiram suprir a necessidade do mercado. Segundo o empresário, há uma queda tanto no valor do boi quanto no preço final da carne disponibilizada para o consumidor. Porém, isso não tem qualquer relação com o fechamento destas empresas e sim com a queda no consumo do produto. Segundo ele, isso é um processo que tem relação com a crise nacional. “A redução do consumo traz a redução nos preços”.
O mercado internacional também não estaria tão atrativo para suprir a necessidade destas empresas. Ele afirmou que os principais compradores da carne brasileira também estão passando por dificuldades e o mercado interno é quem está regulando o valor do produto.
Apesar de todo este cenário ruim vivido neste momento, o sindicalista aponta que o atual governo não estaria medindo esforços e inciativas para buscar uma solução viável para conter a crise no setor. Paulo Bellincanta afirmou que os próprios membros deste governo procuraram o setor para estudar medidas necessárias visando restabelecer a economia.
Paulo elogiou a iniciativa da atual gestão, de Pedro Taques, que buscou esta proximidade com o empresariado preocupado principalmente com a questão do desemprego. A meta agora é buscar saídas para que esta situação seja revertida ou, no mínimo, amenizada com possível medidas que possam ser adotadas a partir de agora.
Sem contar que o governo também se comprometeu em colocar em prática uma promessa durante a campanha, que é a de buscar a isonomia fiscal. Ou seja, trabalhar em uma medida com uma tributação igual e justa para todas as empresas.


