Policiais federais de Mato Grosso estão com as atividades paralisadas, hoje, com o objetivo de chamar a atenção do governo federal para as dificuldades enfrentadas pela categoria. Além dos policiais, escrivães e papiloscopistas aderiram 100% à mobilização em Cuiabá, Cáceres, Barra do Garças e Rondonópolis. Em Sinop não houve confirmação se os profissionais também aderiram. O presidente do Sindicato dos Policias Federais em Mato Grosso (Sinpef-MT), Erlon Brandão, afirmou, ao Só Notícias, que uma das principais reivindicações da classe se refere a uma reparação salarial. Delegados e peritos não participam do movimento.
“O que queremos é que o governo seja honesto e justo e pague para a Polícia Federal o mesmo que paga para as agências”, afirmou, se referindo aos salários dos servidores da Receita Federal, ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), entre outras. Segundo Erlon, os profissionais da PF desempenham uma função tão importante quanto os das empresas citadas, mas recebem bem menos que eles. Atualmente, explicou que o salário inicial da categoria é de R$ 7,8 mil e o máximo chega à 11,8 mil, enquanto que na Recita Federal, por exemplo, os trabalhadores recebem, inicialmente, 13,8 mil. Segundo o sindicato, há sete anos os salários não são equiparados. Por isso, disse que a “luta” pelas melhorias por parte da categoria já se arrasta por pelo menos cinco anos.
Os profissionais também cobram por melhorias na estrutura de trabalho, bem como mais efetivo. “O governo não tem R$ 500 mil para Cuiabá [para investir em uma reforma na sede da superintendência] mais tem R$ 1,2 bilhão para investir em um porto em Cuba”, criticou, ao relatar que desde setembro do ano passado que a categoria denunciou a precariedade na estrutura da superintendência do órgão, na capital, o que inclui problemas nas instalações elétricas, mas até agora nada foi feito.
Quanto ao efetivo, o sindicalista disse que em todo o Estado, o ideal seria pelo menos 750 policiais. Atualmente são apenas 370. Em Cáceres, que fica próxima à fronteira com a Bolívia, seriam necessários pelo menos 250 para as atividades de fiscalização, segundo o presidente. No entanto, 45 homens trabalham no local.
“De outubro de 2012 para cá, o número de operações da PF caiu 70%. Será que acabou a criminalidade?”, questionou, relatando que inúmeras ocorrências deixam de ser atendidas devido à precariedade enfrentada pelo órgão. “O que estão fazendo com a Polícia Federal é uma injustiça”, complementou.
O movimento em Mato Grosso não é isolado. Profissionais também reivindicam as mesmas melhorias em várias localidades do país. Por isso, paralisaram as atividades por 24 horas para pressionar o governo. A previsão é de que amanhã os trabalhos voltem ao normal.


