Diversas empresas sinopenses estão buscando alternativas para inibir a ação de criminosos e garantir a segurança de seus funcionários e patrimônios. Há oito anos instalada em Sinop, uma loja de confecções de roupas femininas foi, por três vezes, alvo de ladrões. A última ação foi registrada nesta semana. “Arrombaram a fechadura e levaram mercadorias. O prejuízo passa de R$ 50 mil. Agora, estamos decididos a instalar câmeras e alarmes”, explicou a gerente Ana Paula Souza de Galani, complementando também que “o aparato policial aqui neste bairro é vago. Temos que gastar do nosso bolso para conseguir alguma segurança”.
A realidade muda também o cenário visual da cidade. Portas de aço, comuns em metrópoles brasileiras, se tornaram opções para evitar furtos durante a madrugada. Foi o que aconteceu com o empresário do ramo de revenda de joias, Nilson Ribeiro, que optou pela substituição do vidro após um prejuízo de R$ 8 mil. “Os ladrões quebraram as portas e levaram mais de dez relógios. Coloquei a porta de aço e, hoje, ninguém mais mexe. Outra medida que optei, desta vez para evitar furtos menores durante o dia, foi contratar um vigilante”.
Apesar da sensação de insegurança apontada pelos empresários, de acordo com dados fornecidos pela Delegacia Regional de Sinop, o número de roubos em comércios sinopenses vem diminuindo nos últimos meses. De janeiro a julho de 2015, foram 166 ocorrências registradas. Uma redução de 24,5%, em comparação ao mesmo do período do ano passado, quando 220 estabelecimentos comerciais foram alvos de assaltantes. A quantidade de furtos não foi divulgada.
A assistente do departamento financeiro de um posto de combustíveis, localizado às margens da BR-163, Marilice Mendes, diz notar uma diferença, uma vez que, um número menor de assaltos teria sido registrado naquele estabelecimento nos últimos seis meses. Ela aponta que a empresa, que chegou a ser “visitada” pelos ladrões mais de quatro vezes em um único mês, investiu em segurança humana e tecnológica. A profissional, no entanto, destacou que uma mudança de hábitos também pode ter ajudado a inibir a ação de assaltantes. “Não trabalhamos mais com valores altos como antigamente. Hoje, deixamos apenas uma quantia pequena no caixa para troco. Acredito que os criminosos, de alguma forma, sabem disso”.
Para o delegado Marcelo Carvalho, as próximas estatísticas devem evidenciar um cenário diferente. Segundo ele, a implantação da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos (Derf), ocorrida em 17 de julho, contribuirá para diminuir, ainda mais, a quantidade de crimes. “Acreditamos em uma redução de 80%, desde que a Derf foi criada em Sinop. Muitos casos graves foram solucionados e tiramos de circulação vários criminosos. Hoje, não se ouve falar em assaltos a farmácias, por exemplo”.
Atualmente, 12 investigadores, quatro escrivães e dois delegados atuam exclusivamente na apuração de crimes contra o patrimônio. Na prevenção, Sinop, ainda ganhou um reforço de 27 policiais militares. Outros 130 estão em formação e uma parte deve ser designada para o município. A quantidade, no entanto, ainda não foi definida pelo Comando da Polícia Militar.
