A secretaria estadual de Saúde começou o ciclo de capacitações de notificação intersetorial de violência interpessoal/autoprovocada. O encontro reuniu diretores e representantes de instituições de saúde públicas e privadas, Polícia Militar, Civil, Conselho Tutelar, Corpo de Bombeiros, escolas, Secretaria de Educação, Cras, Creas, universidades, entre outros. O objetivo é implantar a notificação nos diversos setores de atendimento às vítimas, onde será debatida a notificação em rede. Foi feito mapeamento feito pela Polícia Rodoviária Federal, junto com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e verificado que Sorriso, Lucas do Rio Verde e Sinop estão inseridos num mapeamento de cidades do Brasil que apresentam alto índice de exploração sexual e os dados estatísticos demonstram também que há uma sub notificação relacionada à saúde. A notificação intersetorial é uma novidade no Brasil e trará um resultado positivo no que se refere à visibilidade quanto às questões de violência, além da melhora no sistema público e privado no acolhimento e atendimento especializado, focado nas crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, população LGBT e indígenas, que são as maiores vítimas de violência.
No município, a notificação de violência já é realizada através do Creas, Conselho Tutelar, Unidades de Saúde e principalmente pelo Hospital Regional. A ação é compulsória e regulamentada pela Portaria 1.271 de 6 de junho de 2014. “A notificação é obrigatória e através dela temos dados para levantar números e quem são as vítimas dessas violências. Antes só a saúde notificava, hoje temos outros serviços que favorecem esse trabalho. O objetivo é fazer um sistema único que todos conheçam e saibam onde são os pontos de vulnerabilidade. Intersetorialidade é isso, criar uma rede de trabalho”, destacou Tânia Maria do Rosário, epidemiologista da secretaria estadual de Saúde.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Alzira Moraes, Sorriso vem fazendo esse registro de violências desde 2008, contudo a formação da rede é fundamental para a implementação de políticas públicas e promoção à saúde. “Pretendemos continuar com a formação da rede, agregando mais entidades para melhorar a informação e ao atendimento o paciente”.
A informação é da assessoria.