A juíza da 1ª Vara Criminal de Sinop, Rosângela Zacarkim, negou o pedido formulado pela defesa de Oziel Rodrigues de Oliveira, 25 anos, acusado de matar o produtor rural Antônio Maronezzi, 60 anos, e jogar seu corpo em uma região de mata na estrada Cruzeiro, nas proximidades da Gleba Mercedes. A Defensoria Pública alegou que o réu possui os requisitos para responder o processo em liberdade.
Entretanto, Rosângela rebateu os argumentos e afirmou que, ao analisar o processo, constatou que inexistem “elementos novos a autorizar o acolhimento do pleito (pedido de liberdade), hábeis a modificar a decisão, que decretou a prisão preventiva do acusado”. A magistrada ainda ressaltou que “o simples fato do acusado possuir atributos pessoais favoráveis não tem o condão de lhe conferir o direito à liberdade”.
Em caráter de urgência, a juíza marcou para o dia 4 de novembro, a 1ª audiência de instrução e julgamento para ouvir Oziel e possíveis testemunhas da morte de Maronezzi.
O acusado segue detido no presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, e deve responder por roubo seguido de morte, cuja pena pode variar de 15 a 30 anos de prisão. Porém, a promotoria ainda apontou que o crime foi cometido à traição ou emboscada e mediante emprego de meio cruel, dois agravantes que podem aumentar a pena.
Conforme Só Notícias já informou, o crime ocorreu por volta do dia 13 de maio, quando os familiares apontaram o desaparecimento da vítima. Após vários dias de investigações, policiais civis prenderam o acusado na capital do Estado e, no local indicado por ele, encontraram o corpo de Maronezzi. Já na delegacia, Oziel disse que estava na região do Camping Clube quando pegou uma carona com Antônio. Ele afirmou na oportunidade que era usuário de droga e não tinha dinheiro para comprar mais. Em determinado momento da viagem pegou uma faca de serra e golpeou a vítima. Posteriormente, jogou o corpo dele na mata e fugiu com a caminhonete até acabar a gasolina.
Ele disse ainda que pegou cerca de R$ 40 em dinheiro e o celular de Antônio para trocar por mais droga. O suspeito alegou aos policiais que voltou para Sinop e depois conversou com a mãe, que se ofereceu a pagar um tratamento contra as drogas em Cuiabá, onde foi preso.
O delegado Carlos Muniz, que conduziu as investigações, disse que Antônio morreu "por ser bom demais", pois deu carona para Oziel e ainda aceitou lhe deixar próximo a entrada de uma fazenda onde o acusado supostamente iria parar. Antônio foi morto a facadas e pauladas. A faca foi apreendida.
A hipótese de assassinato ficou mais forte com o fato da perícia ter constatado que o sangue encontrado na Toyota Hilux era do produtor rural. Antônio desapareceu quando seguia para sua fazenda, nas proximidades de onde o corpo foi encontrado. A caminhonete dele foi encontrada seis dias depois do desaparecimento na estrada Nanci.
Consta no processo que Oziel é natural de Cuiabá, mas morava na Gleba Mercedes, em Sinop.