
Como é uma região de difícil acesso, o tenente coronel Paulo André Barroso, comandante do BEA, explicou que também já foram solicitadas outra aeronave e um helicóptero ao Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). Por enquanto, a área afetada não foi calculada, mas é preciso agir rapidamente para que o fogo não tome grandes proporções e se repita o episódio de agosto de 2009, quando 80% do parque foram queimados. “Nós pedimos à população que colabore e pare de usar fogo. Quem vir alguém utilizando, denuncie, porque é crime neste período. Todos têm o compromisso de colaborar”.
O coordenador de Unidades de Conservação e Áreas Protegidas da Sema, Alexandre Batistella, pontuou que a primeira providência quando se identifica focos de queimada em uma unidade de conservação é buscar isolar esses pontos, já que eles rapidamente se transformam em incêndio, que é mais difícil de se controlar e prejudica não só a fauna e flora. No caso dos animais silvestres, em razão da localização geográfica íngreme e isolada, eles não têm como sair e morrem. Outro agravante neste caso: há risco aos moradores do assentamento Coqueiral Quebó, que vivem no entorno. “Vamos ter combate direto do fogo e fazer uso dos aceiros naturais que são as estradas para impedir que as chamas se alastrem”.
Durante o sobrevoo de monitoramento, realizado na tarde de quarta-feira (19), a equipe do BEA identificou pessoas no entorno do parque utilizando o fogo. Naquele momento não foi possível descer com a aeronave para efetuar o flagrante, porém, as coordenadas geográficas do local estão anotadas e o próximo passo será realizar a perícia para obter a responsabilização criminal de quem desrespeitou a legislação ambiental. Em 2009, um assentado do Coqueiral iniciou o incêndio ao colocar fogo ao longo da roça de mandioca, prática comum para manejo e limpeza de áreas rurais.
Nas áreas rurais, a utilização do fogo neste período é crime passível de seis meses a quatro anos de prisão, com autuações que podem variar entre R$ 7,5 mil ou R$ 1 mil (pastagem e agricultura) por hectare. Nas áreas urbanas o uso do fogo é crime o ano inteiro. As denúncias podem ser feitas pelos telefones 0800 65 3838 (ouvidoria Sema), 193 (Corpo de Bombeiros) ou diretamente nas secretarias municipais de Meio Ambiente. O período proibitivo para queimadas na área rural iniciou no dia 15 de julho e segue até 15 de setembro, podendo ser prorrogado devido às condições climáticas.


