A segurança pública foi tema da reunião promovida pela Casa dos Conselhos, ontem, reunindo representantes dos diversos órgãos do setor, presidentes de bairros, vereadores e demais conselheiros. A principal preocupação é o crescimento da criminalidade no município por consequência do aumento da população e o contingente policial que não acompanhou o desenvolvimento.
O objetivo dessa reunião foi de ouvir as comunidades quanto à questão da violência para dar encaminhamento às reivindicações. A prefeitura apresentou, em vídeo, um resumo das ações desenvolvidas pelo município para contribuir os serviços de repressão, fiscalização e prevenção, tais como o Espaço de Trabalho Vida Nova, com fábrica de artefatos de cimento, onde trabalham 27 reeducandos.
Os serviços de trânsito e o videomonitoramento da Guarda Municipal e a prevenção realizada pela Secretaria de Educação como programa de educação integral, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) que faz o acompanhamento das famílias com história de delinquência infanto-juvenil e o Programa Vida Nova com atuação nas escolinhas de esportes e o lazer nas praças, ocupando os espaços públicos e ofertando atividades culturais.
Segundo o gerente de Cidade, Ramiro Azambuja, que conduziu a reunião, as diversas ações do município têm como meta colaborar para minimizar a violência promovendo parceria, criando e apoiando projetos tais como Vizinho Solidário e Comércio Solidário. “Nós acreditamos que nosso papel é fazer a prevenção, mas fomos mais longe e, em vários casos atuamos onde há a ausência do Estado, como a iniciativa de construir o centro socioeducativo para adolescentes infratores”.
Os representantes dos órgãos de segurança pública também fizeram uma explanação sobre a situação desse setor em Lucas do Rio Verde. O comandante do Batalhão da Polícia Militar, major Fábio Mota, explicou que o contingente de policiais em Lucas é o mesmo de 10anos atrás. “Temos 30 policiais no batalhão, a mesma quantidade que havia em 2007 e hoje a população é de 65 mil habitantes. Então não há condições razoáveis para um serviço ostensivo que corresponda à necessidade”.
Outro fato importante foi explanado pelo presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), Davi Paré, e o presidente do Conselho Municipal de Segurança, Valdir Miquelin. Segundo eles, existe uma disparidade no efetivo de policiais em relação a outros municípios e apontaram Barra do Garças com 70 mil habitantes, com 119 policiais militares e uma média de 3,5 mil ocorrências por ano.
Em Primavera do Leste o número de habitantes é de 56 mil pessoas e há 73 policiais e mais quatro oficiais e somam 2.060 ocorrências por ano. O efetivo da PM, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil está muito aquém das necessidades de Lucas do Rio Verde. O comandante do Corpo de Bombeiros do município, tenente Alex Queiroz, também mostrou que há apenas três pessoas por plantão e “nem as vistorias para liberação de alvarás não estão sendo feitas e há uma fila de pelo menos 300 empresas aguardando as vistorias para funcionar normalmente”.
Durante as discussões o defensor público Diogo Madrid Horita fez referências às causas do aumento da criminalidade além da migração. “Hoje nosso maior problema são as drogas, tanto por quem trafica como por quem usa. Constatamos que os viciados quando não podem mais bancar o vício partem para os roubos e furtos e, entram de vez para o mundo do crime. Acredito que além do policiamento precisamos fazer um sério enfrentamento as drogas”.
Ao final do encontro, Azambuja anunciou que o prefeito Otaviano Pivetta tem agendada uma reunião para a próxima semana com o governador Pedro Taques e os principais responsáveis pela segurança pública no estado. Otaviano entregará em mãos um ofício com as principais reivindicações para adequar e melhorar os equipamentos de segurança em Lucas do Rio Verde que são de competência do Estado.