O deputado estadual José Domingos Fraga (PSD ) apresentou proposta que visa incentivar mulheres a optarem pelo parto natural, dando-lhes condições para isso. A medida, se aprovada, implanta em Mato Grosso a campanha de incentivo estabelecendo seus princípios, suas diretrizes e o direito da gestante a um Plano Individual de Parto.
O foco do projeto é estimular, através da informação, a realização de partos humanizados e reduzir o número de cesarianas (quando desnecessárias) nas unidades hospitalares. Com isso, será possível identificar modelos inovadores de atenção ao parto, capazes de trabalhar a promoção e qualidade do cuidado e da segurança da mulher e do bebê.
O parlamentar defende que, com o processo de conscientização às parturientes, haja uma mudança na política de atendimento á gestante pelos médicos e unidades de saúde. Segundo ele “é hora de recuar e estimular os partos normais e em casa”. Para isso, diz ele, os governos municipais e estadual, podem incentivar o aumento em algumas localidades e o retorno em outras, da presença das parteiras, entre outras medidas. Ele quer que os planos médicos, como o MT Saúde e outros conveniados, ou que trabalhem com recursos públicos, sejam chamados a ampliar o atendimento normal, natural e humanizado.
Ao defender sua proposta, ele lembrou que quando não tem indicação clínica, a cesariana ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Ainda, as altas taxas de cesáreas verificadas no país( 84% na saúde suplementar e 40% no sistema público) são motivos de preocupação do governo brasileiro.
Em Mato Grosso, dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos da Secretaria de Saúde de Mato Grosso (Sinasc/SES) indicam que mais da metade dos partos realizados no ano de 2014 foi feita por cesárea. Dos 51.229 nascimentos registrados no estado, 62% foram por meio de cirurgia, ou seja, 31.730 procedimentos. Entre os fatores que elevam a taxa de cesáreas estão: o medo que muitas mulheres têm de sentir dor, a falta de conhecimento por parte das gestantes dos benefícios do parto normal e a comodidade de pais e obstetras de escolherem uma data planejada.
Médico de profissão, Domingos admite que a cesariana, de fato, salva muitas vidas, pois nem todo nascimento seria bem-sucedido da maneira natural, seja por limitações físicas da mãe ou da criança. Entretanto, salienta que em muitos casos, onde a mulher e o bebê apresentam todas as condições clínicas necessárias para a realização do parto normal, a cesariana ainda é adotada.
Parto normal é aquele em que o bebê nasce por via vaginal, sem nenhuma intervenção cirúrgica. Esse tipo de parto é benéfico, pois pode diminuir os riscos tanto para a saúde da mãe quanto do bebê em gestações de baixo risco, além de ser recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Parto natural é aquele em que não há nenhuma intervenção médica e pode ser realizado em casa, em uma casa de parto ou no hospital, e contará com a assistência de um médico somente se for necessário.
Parto humanizado é feito no ambiente hospitalar, com a presença de um médico, em meio a pouca luz e silêncio, e conta com a participação do pai para acalmar e acompanhar a gestante na hora do parto.
