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Diminui casos de trabalho escravo em MT mas situação ainda persiste

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Nos últimos dez anos mais de cinco mil pessoas foram retiradas de situações de trabalho análogas à escravidão em Mato Grosso. Houve uma diminuição considerável de casos, porém, segundo o secretário de Trabalho e Assistência Social e presidente da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae), Valdiney de Arruda, não diminuiu o número de empregadores na prática do trabalho escravo. “Infelizmente ainda não conseguimos provocar uma efetiva modificação na cultura dos empregadores na lista suja e por isso temos muito trabalho pela frente”.

O secretário explica que 99% dos trabalhadores escravos vieram do trabalho infantil e deixaram a escola quando criança ou adolescente. Por isso, o Governo de Mato Grosso investe na inclusão desses jovens no mercado de trabalho, sensibilizando as empresas a abrirem vagas para o primeiro emprego e oferecendo cursos de capacitação profissional, para facilitar a procura de emprego. Mato Grosso lança ainda este ano o programa ‘Emprega Rede’ que, segundo Valdiney, vai gerenciar a oferta e a procura de empregos no interior de Mato Grosso, por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine).

Mato Grosso busca investir na inclusão do mercado de trabalho de trabalhadores como José Divino, 59 anos, resgatado do trabalho escravo. 'Seo' Divino ainda guarda na memória os dias em que dormia com os porcos em uma fazenda de algodão, em Primavera do Leste, interior de Mato Grosso. Segundo ele, sua vida só começou depois que foi resgatado e conseguiu um emprego formal em uma obra da construção civil na Capital de Mato Grosso. ‘Seo’ Divino, mal consegue falar sobre o que passou. “Se você vê a situação que eu fiquei vai chorar”.

Durante a noite era obrigado a dividir o local onde dormia com os porcos e o local não oferecia nenhuma infraestrutura para uma pessoa poder morar. “O tanto de chuva que caia lá fora é o tanto que caia lá dentro do alojamento. Quando começava a chover agente precisava colocar o colchão de pé pra não molhar muito”, contou. Fugir dessa situação sem a ajuda do governo do Estado era quase impossível para o agricultor já que, segundo ele, o dono da fazenda mantinha “jagunços” para impedir fuga dos trabalhadores.

A Lei Áurea aboliu oficialmente a escravidão no Brasil em 13 de maio de 1888, entretanto, após 127 anos ainda é possível encontrar casos desta prática que hoje tira a dignidade de cerca de 21 milhões de trabalhadores no mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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