Mato Grosso não realizou nenhum transplante de órgão durante o primeiro semestre deste ano, conforme aponta a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Neste período, 14 potenciais doadores foram registrados, mas não aconteceu a efetivação do procedimento. Uma queda já registrada, em comparação ao ano passado, quando apenas um transplante aconteceu, de acordo com o relatório anual da associação.
Neste sentido, o Estado se distancia também da média de doadores efetivos por milhão de habitantes. O ideal seriam 16 doares, segundo a ABTO. A média brasileira está na casa dos 14, enquanto que a taxa mato-grossense, dos seis primeiros meses do ano, fechou em 8,6.
A Central de Transplante do Estado, da Secretaria de Saúde, aponta que essa situação é reflexo da complexidade do processo de doação, que passa pelos exames para atestar o procedimento, aprovação da família do doador. “Cada caso tem a sua particularidade, é claro, mas a grande maioria tem como problemática esses pontos. Muitas vezes o processo é interrompido no meio do caminho, os familiares relutam com o quadro clínico”, destaca a técnica Vera Lúcia Silva de Sena.
A não realização do procedimento aqui no Estado também é outro ponto destacado pela técnica. “As pessoas questionam quanto tempo vai levar, onde vai ser feito e isso resulta na desistência também”.
Todavia, Sena reitera que essa gestão está buscando formas de solucionar este problema, por meio de campanhas de conscientização da população sobre a importância das doações e também, da retomada dos transplantes renais em um hospital na capital. O último foi realizado em 2009. “Este é o que conta com a maior fila de espera. Realizar este procedimento será muito importante”, reitera a técnica. Atualmente, a fila conta com 105 pacientes esperando o órgão.
No início do ano, a SES anunciou a reativação deste serviço com previsão para o segundo semestre. A pasta informou que o Hospital Santa Rosa foi autorizado pelo Ministério da Saúde a realizar as cirurgias de transplante renal e os trâmites para contratualização do serviço estão em fase final. O que foi confirmado pela assessoria de comunicação ministerial.
