Os movimentos sociais que bloquearam diversas rodovias federais em Mato Grosso, na última segunda-feira (20), estão, desde ontem, negociando a pauta de reivindicações, em Brasília. Segundo João Batista Pereira, coordenador do Movimento de Luta pela Terra (MLT), as interdições devem permanecer suspensas indefinidamente. “Pelo ‘andar da carruagem’ acredito que não irão acontecer outras mobilizações. Houve muitos avanços e a pauta está caminhando bem”, afirmou, ao Só Notícias.
Integrantes de pelo vários movimentos do Estado estiveram reunidos, ontem de manhã, com representantes do governo federal na Casa Civil. À tarde, a reunião foi na superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde uma nova rodada de negociações acontece hoje. Os movimentos também conversarão com a equipe técnica do Tribunal de Contas da União e, na próxima semana, pretendem se reunir com a superintendência do Incra em Mato Grosso.
Conforme Só Notícias já informou, os movimentos sociais cobram a reorganização do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), extinto pelo governo Michel Temer (PMDB) e pedem liberação de verbas do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para aquisição de cestas básicas, além da conclusão dos processos de implantação de assentamentos no Estado. Cobram ainda a manutenção da política previdenciária rural para agricultura familiar, retomada do Plano Nacional de Habitação Rural (PNHR) e projeto Luz para Todos.
Ainda está na pauta dos manifestantes o pedido pela não implantação do Programa de Parceria Público-Privada (PPP) nas escolas de Mato Grosso, o agendamento de vistorias de áreas prioritárias dos movimentos sociais e associações, celeridade nos processos de retomadas de terras públicas estaduais e federais, além de não privatização da previdência social e legislação trabalhista.
Durante o manifesto, que durou poucas horas, foram bloqueadas a BR-163, entre Sinop e Itaúba; a BR-364, em Rondonópolis; a BR-070, entre Barra do Garças e Nova Xavantina; e também a BR-364, na região de Rosário Oeste. Participaram do manifesto, além do MLT, o movimento 13 de Outubro, Associação “A Terra é Nossa”, Movimento dos Trabalhadores Acampados (MTA) e Associação Vale do São Lourenço.