O policial militar na reserva, Rosemir Ferreira de Moares, o “Ferrerinha”, foi absolvido em júri popular, ontem à tarde, da acusação de envolvimento na morte de Thiago Rodrigues Morais da Silva. O corpo dele foi encontrado em avançado estado de decomposição e com as mãos e os pés amarrados com uma corda, em 19 de janeiro de 2010, às margens do Rio Teles Pires. A sessão foi presidida pela juíza da Primeira Vara Criminal, Rosângela Zacarkim dos Santos.
Na sessão, os jurados reconheceram a materialidade do crime mas não indícios de que Rosemir tem envolvimento e seria o autor. “O Colendo Conselho de Sentença, por meio de votação sigilosa, reconheceu a materialidade do crime de homicídio e, acolhendo a tese de negativa de autoria sustentada em Plenário, entendeu que o réu não concorrera para a prática do delito, restando prejudicada a apreciação dos demais quesitos”, apontou a magistrada na sentença.
A denúncia do Ministério Público Estadual aponta que a morte do jovem teria acontecido em 5 de janeiro de 2010. O órgão destaca que apurou-se que no dia 3 de janeiro, a vítima na companhia de outros dois jovens, sendo um adolescente, praticaram um furto na residência de Ferrerinha, local onde prestavam serviços gerais. Consta que neste mesmo dia, ao saber da subtração, ele supostamente se deslocou até as residências dos familiares dos 3 e teria dito aos pais destes que, caso não lhe devolvessem os objetos subtraídos “iria resolver o problema do seu jeito”.
Ocorre que, após o furto, segundo o Ministério Público Estadual, Thiago e outro jovem haviam trocado um dos objetos por entorpecentes e, informados que o PM estava no encalço de ambos, se mantiveram escondidos em uma chácara até 5 de janeiro. “[…] quando então decidiram retornar às suas respectivas residências, separando-se em frente a um posto de gasolina no bairro Novo Estado, sendo esta a última vez que Thiago foi visto com vida”.
Segundo consta dos autos, em 13 de janeiro a mãe de Tiago compareceu à delegacia para comunicar o desaparecimento dele, bem como informar que dias antes o PM teria comparecido à sua casa afirmando que a vítima teria furtado alguns objetos de sua residência e que “ele era a polícia” (sic) e que resolveria o problema com Thiago “do seu jeito” (sic). Poucos dias depois o corpo foi encontrado.
O Ministério Público Estadual ainda pode recorrer da decisão.