domingo, 6/julho/2025
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Cresce número de partos normais em Mato Grosso

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De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde, 60,64% das mulheres optaram pela cesariana em Mato Grosso, sendo que 39,35% optaram pelo parto normal, no ano de 2015. Claro que alguns desses casos acontecem por ordem médica, mas há também as mães que desconsideram o parto normal por medo da dor ou em busca de um processo mais rápido.

Em relação ao ano de 2014, 61,37% das mulheres escolheram o parto cesáreo e 38,62% o parto normal. Comparando os dois anos, pudemos observar que teve um aumento nos partos normais.

Segundo o médico obstetra, Bernardo Saldanha do Hospital Geral Universitário (HGU), o mais importante é tranqüilizar e conscientizar as mulheres sobre os benefícios do parto natural, respeitando o corpo e decisão delas e praticando o que chama de 'observação ativa'.

“É preciso que exista o compromisso do médico de respeitar a fisiologia da mulher e que ele esteja mais disposto a observar, ao invés de fazer tanto. Não é ter descaso: o profissional deve checar o que precisa ser checado, mas sempre respeitando o tempo das coisas, e não achando que tem de fazer tudo naquele momento. Se tudo está correndo bem, tenha calma. Vamos acreditar que a natureza pode caminhar a favor”, defende o especialista.

Bernardo explica que diante de certos quadros, não dá para escapar do parto cesariano, que, quando bem aplicado, pode salvar a vida da mãe e do filho. “Se o neném é realmente muito grande, se está em posição transversa, com o bracinho na frente, ou sentado, se entrou em convulsão ou, durante o trabalho de parto, mostrou sinais de sofrimento, a cesárea precisa ser feita”, afirma.

Laura Patrícia, 30, publicitária, mãe de Leonardo de 11 meses, conta que fez a cesárea por opção. "Nunca tive vontade e nem coragem de fazer parto normal. Antes de engravidar, li muito a respeito para ser mãe. Acho maravilhoso o parto humanizado, mas ainda assim não tive vontade de ter o meu filho. Conversei com meu médico sobre a cesárea e ele respeitou a minha decisão".

Laura relatou que a família e amigos a importunaram por causa da decisão dela. Minha mãe dizia que essa escolha era errada e que meu médico estava me enganando. "Fiquei chateada, porque para ela parecia que eu não sabia o que estava fazendo e escolhendo. Na minha opinião, cada mulher é dona do seu corpo e cada mãe sabe o que é melhor para si e seu filho. Como aprendizagem do que passei, hoje sou mais dura a respeito de minhas escolhas.

A maternidade me ensinou isso. Os palpites cansam. E não só os que têm a ver com o parto. As pessoas acham que podem se meter em tudo" afirma a publicitária.

No entanto, estudos revelam que, para o recém-nascido, este tipo de parto gera maior probabilidade de problemas respiratórios, icterícia fisiológica, prematuridade iatrogênica, anóxia, mortalidade neonatal, dentre outros. Além disso, o aleitamento materno pode ser prejudicado devido à ruptura do vínculo entre mãe e filho que é estabelecido durante o parto natural.

“A ocitocina, hormônio que estimula as contrações do útero durante o parto e a expulsão do bebê, auxilia na maturação pulmonar e no grande conjunto de hormônios que produzem o leite. As contrações do parto natural, embora pareçam indesejáveis, estão preparando o corpo para uma série de transformações que culminam no nascimento. Muitos hormônios liberados pela mulher e bebê durante o parto estão fortemente presentes na primeira hora de vida posterior ao nascimento, que é um período importante no reconhecimento entre mãe e filho”, explica a médica pediatra, Valquíria Aquino.

A pediatra ressalta que o melhor parto é aquele em que a mãe e o bebê se saem bem, mas desde que haja condições normais como contração, útero dilatando e neném encaixado de forma correta, o parto normal é a melhor opção. “É a data do bebê, não da conveniência dos pais, do aniversário do avô da criança ou do feriado. Esse é um grande desafio para a mãe”, acrescenta Valquíria.

A vendedora de veículos, Lucélia Lima, 35, mãe de Pietra de 1 ano e 8 meses, disse que a opção dela sempre foi para o parto normal, porque a mãe e as tias diziam que era muito mais saudável. "Minha mãe teve 7 filhos e todos de parto normal, então quando ela descobriu que eu estava grávida já começou a me orientar com exercícios para eu ter minha filha de parto normal".

Lucélia conta que tinha medo do parto normal, mas nem por isso, escolheu fazer a cesárea. "Acordei de madrugada toda molhada, achei que tinha feito xixi na cama. Quando levantei senti a primeira contração e só assim que pude avaliar que estava entrando em trabalho de parto. Chamei meu marido que me levou para o hospital. Fiquei 4 horas esperando a dilatação para ter a minha primeira filha. Dói bastante, mas em compensação no outro dia já estamos bem fisicamente e sem dores de cortes como é feito com a cesárea", explicou.

O diretor do Hospital Santa Helena, Marcelo Sandrin afirma que em Cuiabá foram realizados 6.796 partos normais e 8.354 partos cesáreos entre os meses de janeiro a novembro de 2015. "No hospital Santa Helena realizamos 5.342 partos normais e 2.522 cesáreos, isso dá uma média de 3 para um.

Quer dizer fazemos 3 partos normais e 1 cesáreo, enquanto na saúde complementar (os convênios particulares) foram realizados 283 cesáreos e 104 normais, dando em média a 2 para um".

Sandrin informa que o parto normal é mais benéfico para as mulheres. “A quantidade de sangramento num parto normal é muito menor que a cesariana o que diminui as chances de infecção, e a recuperação é mais rápida, o que deixa a mulher mais independente para levantar e cuidar do bebê. Também é importante lembrar que o parto normal acontece na hora certa e todo o processo tem um efeito muito interessante que mexe com o psicológico e emocional da mãe, tornando-a mais preparada para a nova fase”, defende o médico.

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