Sinop entra oficialmente para a lista dos municípios do Brasil que investem em saneamento básico, a partir da próxima segunda-feira. A assinatura de contrato e lançamento da maior obra da história do município, desde a sua fundação em 1974, acontece às 15h no Parque Florestal e representa um marco histórico na vida de todos os sinopenses. “Depois de dois anos entre aprovação do projeto para autorizar contratação de crédito e liberação do recurso pelo Ministério das Cidades vamos iniciar a concretização de mais um sonho desta administração: promover melhorias consistentes e reais na qualidade de vida da população”, declarou o prefeito, Nilson Leitão, comemorando a notícia de implantação do esgoto em Sinop.
O projeto de saneamento básico que deve contemplar, nesta primeira fase, cerca de 40% da cidade com esgoto foi aprovado na câmara e Sinop, depois de vários meses tramitando e com oposição de alguns vereadores, foi considerada apta no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 39 milhões no final de 2005. Por causa do atraso na aprovação, mesmo tendo sido classificada em 1º lugar em Mato Grosso, Sinop quase perdeu as verbas, pois só entrou na segunda chamada do Ministério das Cidades (abril de 2006), quando a distribuição dos recursos para financiamento de obras e projetos passou obedecer a critérios demográficos (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS), diferentemente do que estava contemplado no projeto, ou seja, de acordo com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), base utilizada na primeira chamada (setembro de 2005), quando foram liberados mais de R$ 700 milhões em todo o Brasil.
Para inverter o processo, Sinop foi obrigado a entrar na justiça contra o Ministério das Cidades requerendo o recurso com base no FAT para não perder de uma vez por todas a possibilidade de executar a obra. “O Esgoto era um dos meus projetos para Sinop, assim como foi com a água, saúde, e asfalto. Não desisti de nenhum deles, por que tomaria esta atitude justamente com este?”, finalizou Leitão.
Estatísticas do Governo Federal apontam que entre os vários problemas com que a população se depara, um dos mais graves é o da escassez de saneamento básico. Os dados mais recentes demonstram que menos da metade dos domicílios brasileiros são atendidos por rede de esgoto. Este déficit no setor de saneamento aponta para uma estimativa desastrosa: estima-se que 90% das internações em hospitais públicos do País são de pessoas acometidas por doenças que têm a água como vetor de transmissão. Há, portanto, diversos benefícios sociais e econômicos na ampliação da oferta e tratamento de esgoto.
De acordo com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – 2000, 33,5% dos domicílios no Brasil são atendidos por rede geral de esgoto.