O ano legislativo em Colíder (160km de Sinop) terminou sem que vereadores aprovassem o requerimento do presidente da Comissão de Ética, Luiz Rocha, para afastamento da vereadora Regiane Rodrigues de Freitas (PRP), presa na operação “Tribuna do Pó”, acusada de favorecer o tráfico de drogas. Por 4 votos a 3, a câmara definiu por não apreciar o pedido, na segunda-feira. A decisão provocou insatisfação de setores da opinião pública e deu brechas para desgastes futuros.
Manifestaram-se contrários à votação do requerimento na sessão os vereadores Benedito Brito, Admar Mânica (líder do Executivo), Luis Salgueiro (vice-presidente) e Osmar Serafini (primeiro-secretário). Favoráveis foram Luiz Rocha (PMDB), Addir Teixeira (2º secretário) e Ricardo Caldeira Resende (DEM). Não houve necessidade do voto do presidente José de Freitas.
O pedido de afastamento da vereadora volta a ser apreciado novamente em fevereiro, quando o recesso terminar. Também neste mês, a comissão de ética montada no Legislativo pretende ouvir a vereadora e testemunhas para dar prosseguimento à apuração paralela que ocorre na câmara.
Ainda na segunda-feira, Regiane obteve uma vitória junto ao Legislativo. Também por 4 votos a 3 aprovou-se novo pedido de licença por mais 60 dias. O desfecho do caso tem dividido opiniões dentro da própria Câmara. O presidente da comissão de ética, Luiz Rocha, argumenta que a sensação é de omissão.
“Está-se acobertando o que é errado. Ninguém estava condenando ela. Simplesmente pedíamos o afastamento. A sociedade está revoltada com a impunidade. Infelizmente, vai acabar em pizza, panetone”, declarou o parlamentar, em entrevista ao Só Notícias. “Já está havendo desgaste para todos”, criticou Rocha. Segundo o vereador, devido a nova licença Regiane Freitas terá mais dois meses para articular sua defesa. Por outro lado, o peemedebista arrisca-se a falar em um cenário que deve se concretizar ainda em fevereiro. “A licença será válida até o recesso. Depois a vereadora pode pedir mais quatro meses. Pelo jeito vai conseguir”, contextualizou.