Candidato derrotado a vice-governador na chapa encabeçada pelo tucano Wilson Santos, o deputado estadual Dilceu Dal Bosco entende que o DEM deve ter prudência nas negociações feitas com o governador Silval Barbosa (PMDB) para possíveis indicações em cargos de primeiro escalão.
“O DEM deve fazer uma reavaliação para não perder sua identidade. Não podemos esquecer que durante a campanha integramos a oposição ao atual grupo político. Uma recomposição imediata pode transmitir a sociedade e aos formadores de opinião que somos um partido meramente fisiológico”.
Para evitar a possibilidade de qualquer bloco de oposição na Assembleia Legislativa, a cúpula do Palácio Paiaguás já ensaia uma aproximação com o DEM para contemplá-lo com cargos de primeiro escalão. Neste processo de articulação, o deputado estadual José Domingos Fraga é nome preferido para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder).
Após permanecer durante anos como adversário ferrenho do PSDB, o DEM que é o antigo PFL, firmou, sem sucesso, uma inédita parceria com os tucanos em Mato Grosso para disputa ao governo do Estado e ao Senado.
A única representatividade é feita na Assembleia Legislativa pelos deputados democratas José Domingos Fraga e Dilmar Dal Bosco mais o tucano Guilherme Maluf. Na Câmara dos Deputados, o grupo conseguiu eleger somente o ex-governador Júlio Campos.
Diante disso, Dal Bosco revela preocupação com o retorno dos democratas dois meses após a eleição em cargos de primeiro escalão no Palácio Paiaguás. “Pela sua trajetória, é natural que o governador tenha sensibilidade as questões políticas e prefira integrantes da classe para auxiliá-lo na gestão. O DEM deve entender seu perfil, mas deve avaliar com tranquilidade essa aproximação. Não consigo enxergar benefícios numa aproximação imediata”.
