A direção nacional do PT recomendou aos diretórios estaduais que evitem a realização de prévias para escolha de candidatos. Grupos ligados à senadora Serys Marly e o deputado federal Carlos Abicalil, no entanto, já dão sinais de que a recomendação não deverá ser acatada em Mato Grosso por conta da briga de ambos pela candidatura ao Senado.
A recomendação foi feita durante encontro com representantes dos diretórios de vários estados, já que a briga por candidaturas a senador e governador ocorre, por exemplo, em Mato Grosso, Pernambuco e Rio de Janeiro. Ao recomendar acordos amigáveis ao invés de prévias, a cúpula petista alegou que a prioridade é a unidade em torno da pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República.
Na resolução assinada no fim do encontro, o PT faz textualmente duas recomendações: a não realização de prévias para escolha de candidatos a cargos majoritários (senador e governador) e delega à Executiva Nacional as negociações necessárias para viabilizar a paz interna.
Ligado ao grupo de Abicalil, o deputado estadual Alexandre Cesar participou do encontro e ressaltou que não foi proibida a realização de prévia. "Tudo agora vai depender da posição da senadora. A construção dessa possibilidade de disputa se deu com a posição dela em disputar o Senado ou nada". Defensor da reeleição de Serys, Jairo Rocha, que é membro da executiva estadual, diz que a parlamentar é candidata natural ao pleito e Abicalil seria o responsável pelo racha.
Antes de uma eventual prévia, o PT realiza em Mato Grosso dois encontros nos quais os delegados poderão dar fim ao impasse. Abicalil conta com a maioria de delegados desde que foi reeleito presidente do partido no último Processo de Eleição Direta (PED). Em tese, a prévia lhe beneficiaria. Diante do acirramento dos ânimos com a proximidade da eleição, o deputado federal de segundo mandato também se diz legítimo para a disputa ao Senado.
