Em visita a Sinop, hoje pela manhã, o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP), pediu o apoio dos prefeitos e lideranças da região na implantação de um novo e ousado modelo de gestão para a área da Saúde em Mato Grosso. O projeto de Henry pretende descentralizar o atendimento de alta complexidade na região. Desta forma, o Hospital Regional de Sorriso ficaria com parte destes casos e Sinop arcaria com uma outra parte.
Atualmente todos os atendimentos desta natureza estão concentrados na cidade vizinha. Para que este projeto tenha o devido andamento, o funcionamento do Hospital Municipal de Sinop é imprescindível, assim como a ampliação da parceria com o Hospital Santo Antônio. Serão eles que ficarão encarregados de atender esta demanda que a ser atribuída ao município com a parceria do Estado.
Além disso, Henry também propõe que a gestão de unidades médicas saiam das mãos do governo. De acordo com ele, a Secretaria de Saúde tem um projeto de Lei Complementar tramitando na Assembleia, e que precisa apenas de uma breve correção, que possibilitará as Organizações Sociais (OS) assumirem a gerência das unidades de saúde pelo Estado.
Henry explicou que o contrato entre governo e as OS seriam “precários”, ou seja, se a entidade não estiver realizando um bom trabalho a frente de tal unidade médica, o vínculo seria rompido, sem maiores problemas, e uma outra entidade assumiria o comando. O governo ficaria encarregado apenas de fazer os repasses financeiros dos quais é obrigado por lei e cobrar resultados satisfatórios destas unidades, mas a maneira de gerir seria “diferente”, dando uma forma de gestão privada da coisa pública.
As Organizações Sociais são entidades privadas sem fins lucrativos (associações, fundações ou sociedades civis), que exercem atividades de interesse público. Recentemente, representantes da Cruz Vermelha estiveram em Sinop para analisar a possibilidade de assumir a gestão do Hospital Municipal. Este é o modelo que o novo secretário de Estado de Saúde quer implantar em todo o Estado.
Também foi debatido a situação dos Escritórios Regionais de Saúde. Henry propõe que as entidades tenham mais autonomia. Segundo ele, do jeito que está não funciona. Em relação aos consórcios municipais de saúde, o secretário fez duras críticas ao modelo de gestão aplicado por algumas destas entidades. Ele afirmou que o verdadeiro papel do consórcio foi desfigurado com a transferência de responsabilidades, mas que irá apresentar uma proposta de reformulação para acabar com esta situação.