
A CPI está apurando as responsabilidades sobre o vencimento de um lote de medicamentos que foi encontrado no almoxarifado da Secretaria de Saúde e não havia sido repassado aos postos para ser distribuídos aos moradores.
Na sexta-feira (31), a controladora interna de economia, Luciana Cristina Nicaretto Zanette, depôs e citou o agente de saúde, José Marcos. Em pouco mais de uma hora, a servidora disse que foi designada para o almoxarifado em fevereiro deste ano e nos meses de julho e parte de agosto esteve em outros setores da prefeitura. Ao ser questionada sobre a existência dos lotes vencidos, ela admitiu à CPI que tinha conhecimento da situação, mas não tomou nenhuma providência porque a comissão já havia sido criada. A assessoria informou que ela declarou que ao ver “medicamentos vencidos minha maior preocupação era descartá-los, pois remédios vencidos não podem ficar junto com outros medicamentos. Como não sabia o que fazer liguei para a Anvisa, do Distrito Federal, e me orientaram a procurar a vigilância sanitária do município. Fui orientada a não mexer, porque a CPI iria investigar o caso. Quando retornei em agosto para o almoxarifado já tinha sido criada a CPI e não fiz nada por acreditar que a comissão iria fazer alguma coisa”.
Luciana disse ainda que esta não é a primeira vez que grandes quantidades de remédios vencem na secretaria. Segundo ela, em 2009, um grande lote de medicamentos também deixou de ser usado por não ter mais validade. “Lembro que na época foi feito um relatório, foi solicitada uma sindicância, pois uma grande quantidade de remédios venceu em 2009. Não me recordo o desfecho, mas já houve sim”.
A CPI pediu auxilio do cardiologista Emerson Destefano Ribeiro, que vai orientar tenicamente os vereadores, amanhã, às 9h. De acordo com o membro da comissão, Wollgran Araújo (DEM), o cardiologista "vai ajudar a esclarecer qual é o uso dos medicamentos que venceram. Ele foi indicado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) para tirar dúvidas técnicas”.
A CPI terá o prazo de 60 dias para concluir os trabalhos, tempo que poderá ser prorrogado por mais 30 dias, caso haja necessidade.
A suplente de vereadora Zeila Benevides (PSDB), ocupou mandato por alguns meses, e descobrou no almoxarifado da secretaria que foram comprados 12 mil frascos do antibiótico sulfametoxazol (usado para tratar infecções bacterianas), sendo que 9 mil acabaram vencendo. Os vereadores de oposição articularam criação da CPI e alguns vereadores da base aliada assinaram pedido para criar a comissão e investigar o caso.


