As articulações para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na câmara com o objetivo investigar as acusações feitas por Eder Moraes e Júnior Mendonça, sobre suposto empréstimo feito em factoring, repassado para o prefeito Juarez Costa, e pago pelo governo estadual visando compra de sentença para que Juarez não fosse cassado, podem ganhar força nos próximos dias. O vereador Fernando Assunção (PSDB) afirmou, ao Só Notícias, que espera se reunir com os demais vereadores para investigar as denúncias que são consideradas gravíssimas. “Não está descartado. São duas frentes: a princípio vamos procurar o Ministério Público, ainda esta semana, e reunir a bancada e propor a CPI”. São necessárias assinaturas de 5 vereadores no requerimento para criar a comissão e a oposição tem 3.
Para o tucano, os vereadores podem encontrar mecanismos de auxiliar os trabalhos da Polícia Federal (PF), além de apontar que a comissão também faria com que Juarez se explicasse perante a sociedade. “Nas raras vezes que o prefeito se manifestou, ele tratou o assunto com deboche, primeiro dizendo que ‘Ararath’ é um bicho, depois afirmando que ‘o Eder é louco’. É o contrário. O Eder era um dos nomes mais fortes do governador Silva Barbosa (PMDB) e as afirmações que ele fez, além de reforçar a denúncia de Júnior Mendonça, são muito contundentes e fortíssimas. O prefeito tem a obrigação de dar uma resposta”, declarou.
O vereador Wollgran Araújo (DEM), também de oposição, não descartou a criação da comissão e disse que as "denúncias são graves, não podendo ser deixadas de lado. Ele foi citado duas vezes, mas ainda trata a situação com descaso. O que a gente precisa é de uma ação em conjunto com os demais vereadores para conseguir as assinaturas”.
Serão necessários cinco votos para que a CPI seja criada. Além de Fernando e Wollgran, Cláudio Santos (DEM), também faz parte da bancada oposicionista.
A CPI poderia representar mais uma derrota política para Juarez, que no ano passado viu a suplente de Fernando Assunção, Zeila Benevides (PSDB), conseguir a criação de uma comissão para investigar remédios vencidos na Secretaria de Saúde. Na época, Negão do Semáforo (DEM), Wollgran Araújo (DEM) e ao menos 3 aliados do prefeito Juarez Costa – Edilson Ribeiro (Ticola-PMDB), Carlão da Asa (DEM) e Hedvaldo Costa (PSB), assinaram o pedido.
Outro lado
Juarez Costa rebateu, recentemente, as acusações de Eder Moraes dizendo que ele é "louco" e negou que tenha recebido dinheiro de empréstimos fraudulentos para sua primeira campanha, em 2010, lembrou o Tribunal Superior Eleitoral acatou seu recurso que derrubava a liminar da cassação do registro da sua candidatura. Na época, a justiça de Sinop cassou seu registro por acusação de compra de votos. Juarez recorreu ao TRE e conseguiu derrubar a cassação. É este recurso que teria sido comprado e a acusação é investigada pela Polícia Federal. Tanto Junior Mendonça quanto Eder (ambos investigados na Operação Ararath da Polícia Federal) afirmaram, em depoimentos para o Ministério Público, que foi repassado dinheiro para Juarez. Junior falou em R$ 500 mil. Eder afirmou que fora R$ 700 mil. Após vídeos com depoimento de Eder terem sido veículados (acusando os ex-governadores Silval e Blairo Maggi, empresários, deputados e outros políticos de envolvimento), ele disse que mentiu nos depoimentos. Eder também acionou a justiça para proibir os sites de reproduzirem vídeos, mas pedidos foram negados.