Com a venda de Gabriel Jesus para o inglês Manchester City encaminhada, o técnico Cuca já começou a se preocupar em encontrar um substituto para o jovem atacante. Hoje, as atenções do Palmeiras estão voltadas para os times da Série B do Campeonato Brasileiro, com jogadores financeiramente mais acessíveis.
“Se eu pensasse só em mim, faria exatamente isso: só tenho contrato até o fim do ano, então tiraria o máximo de proveito do Gabriel Jesus agora e pronto. Mas não sou assim. O futebol não é assim. Não é o Cuca, é o Palmeiras. Não podemos deixar para pensar no ano que vem”, disse Cuca, no final da tarde desta sexta-feira, quando questionado sobre a busca por um sucessor para a revelação palmeirense.
Já em seguida, o técnico abriu um sorriso para fazer propaganda do que apelidou de “Serviço de Inteligência do Palmeiras (SIP)” e da atuação do “gordinho Rafael” (Rafael Costa, analista de desempenho) no setor. “É gostoso de ver. Na sala deles, há um quadro com todas as escalações dos times da Série B. Eles põem um xiszinho quando o jogador vai bem e tiram quando vai mal. Trabalham bastante, vão ver jogos… É muito bom”, elogiou.
O Palmeiras, de fato, não poupa esforços para reforçar o seu elenco desde a chegada do diretor de futebol Alexandre Matos. Com Cuca, o clube já contratou seis atletas – o zagueiro colombiano Mina, o lateral direito Fabiano, os meio-campistas Fabrício e Tchê Tchê e os atacantes Roger Guedes e Leandro Pereira. Além de um sucessor de Gabriel Jesus, o técnico ainda gostaria de contar com mais um armador.
O torcedor palmeirense, no entanto, não deve esperar altos investimentos da diretoria para satisfazer as necessidades de Cuca, que se contenta com quem vier da segunda divisão nacional. “A gente tem ali uma chance boa de achar um novo valor sem ser por essa fortuna que custam os jogadores hoje em dia. De times de Série A, é quase impossível contratar”, comentou.
O interior paulista também é um mercado a ser explorado pelo Palmeiras. Em um jantar beneficente em prol da Associação Cruz Verde, na noite de quinta-feira, Cuca chegou a sondar Vampeta, presidente do Grêmio Osasco Audax, e Juninho, do Ituano, sobre jovens valores desses clubes.
“É lógico que conversei com eles. A partir daí, começa a observação. Os meninos entram no jogo para termos uma certeza maior da parceria. Foi assim que trouxemos o Tchê Tchê, dando certo, e pode ser que consigamos outro jogador, talvez não do Audax, mas do nosso interior”, indicou Cuca.
O técnico do Palmeiras não fala em tom de lamentação sobre a perda de Gabriel Jesus. Segundo ele, a definição do futuro da carreira do atacante, que será jogador do Manchester City, poderá deixá-lo mais à vontade para ajudar o Palmeiras na disputa pelo título brasileiro.
“Fica melhor assim, sabendo da situação dele. Vamos desfrutar do período em que ele estará com a gente”, afirmou Cuca. “Na sequência, que tenha sorte, um grande futuro. Mas vamos pensar no presente dele, hoje na Seleção Brasileira olímpica e logo em seguida no Palmeiras”.
