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Vacina contra dengue aprovada pela Anvisa teve apoio da UFMT com estudo em 1,3 mil voluntários

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou esta semana a primeira vacina contra a dengue em dose única para pessoas entre 12 e 59 anos, desenvolvida pelo Instituto Butantan. A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio do Hospital Universitário Júlio Müller, teve participação direta na etapa de ensaios clínicos que avaliaram a eficácia e a segurança do imunizante.

O ensaio clínico em Cuiabá foi viabilizado por um Acordo de Parceria Técnica assinado em 2015 entre o HUJM/UFMT e o Instituto Butantan. Desenvolvido entre 2016 e 2025, o estudo contou com cerca de 1,3 mil voluntários acompanhados na capital mato-grossense. O Hospital Júlio Müller ofereceu apoio logístico, a participação de docentes pesquisadores na gestão da pesquisa, infraestrutura física adequada e retaguarda assistencial aos participantes.

O professor Cor Jesus Fernandes Fontes, investigador principal do estudo em Cuiabá, destaca que o Brasil e o Estado de Mato Grosso têm sido, nas últimas duas décadas, cenário de elevada carga de doença provocada pelo vírus da dengue, com prejuízos para o trabalho desses pacientes e considerável letalidade nos grupos vulneráveis. “A vacina tetravalente do Instituto Butantan chega em hora oportuna e, certamente, contribuirá muito para o enfrentamento desse importante agravo da saúde pública brasileira. Sua alta eficácia e segurança para a população de 12 a 59 anos permitirão uma cobertura vacinal da maior parcela populacional exposta, impactando, sem dúvida, na transmissão da dengue”, afirma.

O pesquisador ressalta que a aprovação da vacina não encerra o trabalho científico. “Para toda nova estratégia de prevenção ou assistência à saúde, é fundamental o monitoramento de seu efeito, seja ele bom ou ruim, após a implementação na população-alvo. No caso da vacina contra dengue, esse alvo é toda a população do país”, explica.

Segundo ele, pesquisas avaliativas de impacto na transmissão, ocorrência de efeitos colaterais, análise de cobertura vacinal, custo-efetividade e enfrentamento de desafios operacionais serão necessárias, e a UFMT reúne condições para liderar e integrar esses estudos. Um dos desafios esperados na formulação de uma estratégia de vacinação é a resistência crescente da população em relação às vacinas. 

Quanto a isso, o professor Luciano Teixeira Gomes, coordenador da pesquisa no Centro de Pesquisa de Cuiabá, enfatiza o papel da ciência na confiança da população. “A comunidade acadêmica e científica tem o papel de mostrar que um medicamento ou uma vacina só chega à população após um criterioso processo de verificação e validação. Nada será distribuído ao acaso, sem um intenso processo de avaliação da eficácia e da segurança”, destaca. 

Ele lembra que nenhum medicamento é totalmente livre de efeitos colaterais, “mas, com certeza, os benefícios que a vacina traz são infinitamente maiores do que qualquer possível prejuízo”. Para o pesquisador, o novo imunizante deve contribuir tanto para a redução de casos graves e hospitalizações quanto para a diminuição do número total de casos e da demanda nos serviços públicos de saúde. “A vacina é sempre um elemento a mais na prevenção, mas não é o único. É necessário permanecer vigilante em relação ao mosquito vetor da doença”, reforça.

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