O deputado estadual e líder do governo na assembleia legislativa, Dilmar Dal Bosco (União), abordou, em entrevista na sede do Só Notícias, o impasse sobre o projeto que concede reajuste de 6,8% aos servidores do poder judiciário. A proposta está travada na assembleia, após pedido de vistas dos deputados Chico Guarnieri (PRD) e Max Russi (PSB), nas últimas sessões. Não cabem novos pedidos de vista e o projeto deve ser submetido à terceira votação nesta quarta-feira (19).
Sobre a inclusão do projeto para votação, o deputado afirmou que já recebeu a pauta e está incluso. “Como eu sou líder de bloco, líder do governo, eu recebo a pauta também com pouco de antecedência, temos que analisar o que está indo para plenário para votar amanhã. O que tem, a colocação que eu vi em entrevista, por exemplo, de alguns colegas, que têm também vetos a serem votados. Então, o veto é mais complicado, depende da discussão, da demanda. Demora um pouco mais para votar”, avaliou.
Dilmar explicou que há preocupação por parte de Mauro Mendes com os reflexos do reajuste para os demais poderes. “Quando você tira dos impostos que nós pagamos para você dar para um poder isolado, o que o governo teme é que a Assembleia, o Ministério Público, o Tribunal de Contas, a Defensoria e o próprio Estado, também vá propor aos seus colaboradores um aumento real. Além do RGA, o percentual de 6,8%. Com isso, o que que acontece? Vai ter que aumentar os repasses dos poderes, mas não tem uma previsão orçamentária, nem no PPA, nem na Lei de Diretrizes Orçamentárias, nem na LOA”, disse.
Dilmar também detalhou o possível impacto financeiro caso a medida avance e gere solicitações equivalentes nos demais órgãos. “Se tiver que abrir exceção aos outros poderes, o valor que vai ser acrescentado na receita do Estado é em torno, hoje, com previdência, de R$ 2,6 bilhões. Então isso vai dar um impacto muito grande. O Estado vai ter que ficar preocupado com quais são as ações para 2026. Nós temos alguns convênios a serem firmados, nós temos o término da BR-163 para fazer, tem alguns convênios com as prefeituras, algumas rodovias que nós estamos executando, como a MT-170, na região noroeste, a maior ponte de concreto, várias obras em andamento. A preocupação do governo é que aconteça um efeito cascata para todos os poderes e o impacto financeiro ser muito grande”, “no orçamento do Estado que é diluído para todos, quer dizer, então nós teríamos que diminuir os investimentos do Estado”, afirmou.
O deputado avalia que é um cenário provável o veto do governador caso o projeto ganhe o aval na assembleia. “Pelo que eu tenho visto do Governador, em entrevistas, se caso a Assembleia realmente aprove, a possibilidade talvez do Governador vetar é muito grande e o projeto voltar para a Assembleia Legislativa para reanalisar o veto que o governo talvez fará”, avaliou.
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