A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) informou que, com o objetivo de promover “replanejamento das atividades” do Centro de Medicina e Pesquisa de Animais Silvestres (Cempas) está fazendo o remanejamento do plantel de animais sob responsabilidade da unidade e sua transferência para outras instituições mantenedoras de fauna. No último dia 27, seis exemplares de jacaré-do-pantanal (Caiman yacare), sendo quatro fêmeas e dois machos da variedade albina (Albinoides), foram transferidos para o Santuário Onça Pintada, localizado em Curvelo (MG), criadouro conservacionista focado na preservação de fauna silvestres do cerrado.
Segundo a UFMT, a autorização de transferência dos animais foi emitida pela Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Mato Grosso. Já o manejo de captura e transporte até o Santuário Onça Pintada, ocorreu com a participação ativa da Gerência de Fauna da secretaria estadual de Meio Ambiente (SEMA).
“A recente transferência dos jacarés-do-pantanal para o Santuário Onça Pintada faz parte de um plano mais amplo de remanejamento do plantel. Como essas parcerias com outras instituições contribuem para a conservação da fauna silvestres”, explicou a coordenadora do Cempas e docente da Faculdade de Medicina Veterinária, Sandra Helena Ramiro Corrêa.
“A transferência para instituições regularizadas e autorizadas pelos órgãos de manejo de fauna possibilitam que estes animais transferidos contribuam com seu patrimônio genético para planos nacionais de conservação de espécies ameaçadas. Assim ocorreu com os urubus reis que foram para um criador conservacionista no Paraná, lá eles já reproduziram. Ocorreu com a Harpia que foi para o zoológico de Curitiba (PR) compor o plano de reprodução silvestres, gavião de penacho que foi para o zoológico de São Paulo compor plano nacional de reprodução da espécie dentre outros que já foram destinados”, completa.
A UFMT informou que as dificuldades orçamentárias e a modificação de trabalho no atendimento à fauna fez com o que, nos últimos anos, houvesse a redução do número de espécies mantidos sob tutela e busca constante de apoio dos órgãos oficiais de manejo de fauna, como a Superintendência do Ibama e SEMA para a melhor realização destas condutas.
“A destinação de espécies mantidas sob nossa tutela na estrutura atual propicia melhoria na qualidade de vida destes animais em estruturas adequadas que hoje não conseguimos proporcionar devido a deterioração de nossa estrutura física e dificuldade de recursos. Diminuindo o número de animais temos condições de reestruturar recintos e manter um mínimo de animais em melhores condições. Além do que a redução do plantel também caminha na nova diretriz da unidade que é voltada a recuperação e destinação de animais que são resgatados e posteriormente a alta clinica são destinados pelos órgãos de manejo de fauna Ibama e Sema MT”, explicou a coordenadora.
“O CEMPAS desenvolve trabalho de ensino crucial na preservação de fauna através do programa de residência uniprofissional que aprimora médicos veterinários na medicina de animais silvestres. Atua na formação de estudantes de veterinária, biologia e zootecnia através do Projeto ZooAção, desenvolvendo ações voltadas a educação ambiental, já tendo atendido, desde 2014, milhares de estudantes de ensino fundamental, médio e superior, além de ações educativas junto a policia ambiental, corpo de bombeiros e defesa civil. A área do Cempas com coleções hídricas de seus lagos tem sido utilizada por disciplinas das faculdades de Engenharia Sanitária, Instituto de Biociências e Instituto de Química para pesquisa de qualidade das águas ,com coleta de materiais biológicos e aulas praticas que impactam na formação ambiental. Estudantes de Zootecnia têm desenvolvido trabalhos voltados a elaboração de dietas e comportamento animal que contribuem fundamentalmente para a qualidade de vida dos animais em detrimento da estrutura que ainda não esta adequada mas cujo projeto de melhoria esta sendo construído”, acrescentou Sandra Corrêa.
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