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Ironias

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Alexandre Garcia

Tem gente zombando dos brasileiros. A maior zombaria dos últimos dias é a justificativa presidencial de que os narcotraficantes são vítimas de seus fregueses. Coitados, se tornam bandidos pelo sacrifício de abastecer os viciados. Talvez por isso o Presidente não tenha apresentado pêsames às famílias dos policiais mortos pelas “vítimas”. Ao contrário, em Belém, para jornalistas estrangeiros, acabou de dizer que os mandados eram de prisão, não de matança. O vitimismo zomba das verdadeiras vítimas, os milhões oprimidos pelos narcotraficantes. A chamada sociedade é a culpada de pressionar os bandidos para se tornarem traficantes, assassinos, assaltantes, senhores feudais de territórios onde exercem extorsão. O marxismo defende que o criminoso é um oprimido. Alguns que se julgam peritos em sociologia e segurança pública, garantem que atrás de um fuzil há um ser humano bondoso e justo. 

Garantiam. Até o dia em que dona Joelma, mãe de Arthur, que havia sido preso na operação Contenção, irrompeu a delegacia onde o filho estava algemado e derrubou todas as teorias sociais sobre a bandidagem:

– Você não é vítima da sociedade; você é vítima de suas próprias escolhas!

Assim como Arthur, dezenas de milhões de brasileiros são vítimas de suas próprias escolhas, principalmente na hora do voto. Outras dezenas de milhões de brasileiros são vítimas das escolhas de Arthur, nas ruas e nas urnas. Escolhas erradas geram más consequências para todos. 

O Rio recebeu a visita de um ministro do Supremo, Alexandre de Moraes que, como novo relator da ação que restringiu a ação da polícia no Rio,  tomou a iniciativa de ser fiscal da lei, como era quando Promotor e foi tomar satisfações do governador do estado federativo do Rio de Janeiro, que exerceu seu poder planejando uma operação que não teve danos colaterais, pois só atingiu homens armados, municiados, com fardas militares e colete blindado, e na execução de mandados judiciais de prisão e busca e apreensão. Pelo jeito, Moraes constatou a legalidade da operação. Quase uma centena de fuzis apreendidos – a maioria do poderio bélico entrou pela fronteira, que é da responsabilidade de forças federais. Por ironia, foi o Supremo que passou a limitar a entrada da polícia nos morros cariocas, que ampliaram a condição de santuários do crime. A tal ponto que se transformaram em valhacoutos para bandidos de fora, que pagam caro pela hospedagem. Metade dos mortos não era do Rio. E um ministro do Supremo foi tomar satisfações do governador. Ironia pura.

Blindados que haviam sido emprestados a outros governadores, agora não foram cedidos. Lula já disse que não iria botar as forças armadas contra o povo, o que é uma expressa falácia. O Presidente violou sua palavra de não decretar Garantia da Lei e da ordem enquanto for presidente”, para garantir segurança na COP de Belém, na foz do Rio Amazonas. A entrada do rio no território brasileiro, ainda como Solimões, é dominada pelo mesmo CV que a polícia fluminense combate. Bem simbólico: uma GLO para garantir segurança no despejo das águas, contaminadas pelo CV na origem em território brasileiro. E, flutuando nessas águas, o iate que hospeda o Presidente. Ironia pura.

Em menos de um ano, haverá eleição. Para presidente, governador, deputados e, principalmente, dois terços do Senado – a casa que julga impeachments. Será o grande momento para evitar escolhas erradas; a grande oportunidade para corrigir inversões, como essa de torcer pelo bandido, contra a polícia da lei e ordem. Os que sempre quiseram inverter a ordem de valores, estão descobrindo agora que não conseguiram seu objetivo, pelas reações aos acontecimentos do Rio. O povo, surpreendido nas ruas onde passou o cortejo fúnebre de um sargento do BOPE, aplaudiu de modo espontâneo e unânime. Todas as pesquisas mostraram maioria de 60 a 70% apoiando a ação policial. Na favela, o apoio foi maior: 87,6% segundo a Atlas Intel. O governo, com todas as manifestações simpáticas a bandidos e críticas à polícia, como só pensa em eleição, tem motivos para ficar preocupado. Governantes e mídia governada talvez parem de ironias com que zombam dos brasileiros.

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