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Alunos apresentam ‘limpador natural’ na semana da ciência e tecnologia em Mato Grosso

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Redação Só Notícias (foto: assessoria)

Limpador natural com microrganismos eficientes, Cultura Digital e Comunicação na Comunidade Escolar e um conjunto de protótipos, EcoBus, BioConstrutor, Fósmico, Ecoplástico e Canudo comestível, são alguns dos trabalhos apresentados para redução de resíduos, melhoria de infraestrutura urbana, prevenção ambiental e formação em mídia e tecnologia, com resultados testáveis e replicáveis em escolas, serviços públicos e rotinas domésticas. Estes trabalhos são alguns dos 125 explanados na 18 Mostra Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, que compõe a 22º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, realizada de 22 a 24 de outubro, no Centro de Eventos do Pantanal (Cuiabá).

Os trabalhos são desenvolvidos por professores e alunos de escolas públicas e das Escolas Técnicas. Em Cáceres, cinco alunas do curso técnico em Análises Clínicas (2º ano, concomitante ao ensino médio) desenvolveram um produto de limpeza formulado com Microrganismos Eficientes (ME) em duas versões: base para ralos e pias (que pode ser diluída para limpeza geral) e fórmula para superfícies (borrifar e limpar). O processo inclui captura e cultivo do consórcio microbiano (substrato, açúcar e fermentação de 7–10 dias) e ajuste de concentração para uso doméstico.

Segundo a estudante Jéssica Fernanda Batista, a proposta responde ao uso frequente de produtos químicos em casa: “É um limpador à base de ME, com versão para ralos e pias e outra para superfícies; buscamos desempenho adequado com menor custo”.

De acordo com a professora Bethânia Carvalho, a participação na mostra motivou a modificação da fórmula para ampliar usos: “Mantivemos a base com ME e testamos aplicação por borrifador em mesas e vidros; a versão concentrada pode ser diluída para limpeza geral”. Tal inciativa, segundo as autoras, pode possibilitar a redução de compostos agressivos no cotidiano, orientar compras públicas em escolas e oferecer cartilha de replicação para famílias e unidades de serviço.

A Escola Arena apresentou um projeto de comunicação e cultura digital que nasceu para melhorar a comunicação do grêmio estudantil e agora mira a ampliação para um espaço maker. O professor Felipe Miranda, idealizador do projeto, explicou que a fase inicial foi contemplada no edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) que incentiva pesquisa e inovação na escola.

“Foi isso que permitiu montar um estúdio e produzir matérias jornalísticas para divulgar as ações da escola à comunidade. Com resultados parciais, a equipe apresentou um artigo sobre o podcast escolar na PUC-Paraná”, endossou o professor Felipe.

Conforme o professor, a proposta exibida na mostra amplia o estúdio para integrar impressão 3D, robótica, óculos de realidade virtual e IA generativa, conectando tecnologias já presentes no cotidiano dos estudantes a práticas pedagógicas com mediação crítica. “A ideia é transformar o estúdio em um espaço maker, integrando essas tecnologias e trazendo-as para dentro da escola de forma responsável e com leitura crítica”, detalhou Felipe Miranda.

Resultados parciais do projeto apresentados no evento indicam maior engajamento dos estudantes e melhor preparação para apresentação pública de projetos. A equipe planeja ampliar equipamentos e formalizar trilhas de uso responsável de mídias no currículo, conectando linguagem, território e prestação de contas à comunidade.

A equipe da escola técnica Lucas do Rio Verde trabalha com o que a escola tem à mão: roteiro de teste, planilha, cronômetro e problema bem definido. Gilson Santos, egresso da rede e hoje professor, conduz uma frente que transforma achados do território em propostas de aplicação.

O conjunto apresentado cobre de mobilidade a gestão de resíduos com O EcoBus que reconfigura o ponto de ônibus com materiais reaproveitáveis, telhado verde, iluminação em LED e captação/reuso de água da chuva, preparando teste de viabilidade em via com estimativa de custo e plano de manutenção. De acordo com o professor, no BioConstrutor, o talo de algodão (resíduo da cadeia agrícola local) entra no traço do bloco (aproximandamente 30% talo triturado, 30% areia lavada, 20% cimento, 20% cal), com moldagem manual.

“Nos ensaios da escola o bloco se comportou bem usando menos cimento; agora vamos padronizar o molde, fazer comparativos em laboratório e medir conforto térmico e custo real de alvenaria,” afirma Gilson Santos.

Os trabalhos da escola técnica Cáceres para a área de prevenção ambiental aparecem no Fósmico que é um robô terrestre de apoio ao combate a incêndios florestais, pensado para reconhecimento inicial e redução de exposição humana em área crítica. Já para o setor de infraestrutura, o Ecoplástico testa plástico triturado como componente do asfalto, avaliando desempenho e redução de descarte frente a traços convencionais.

A equipe do professor Gilson desenvolveu também um canudo comestível de amido de milho e proteína de soja para substituir plástico de uso único, com comparação de tempo de decomposição: estimativa de 30–60 dias para o biodegradável, contra 100–200 anos do plástico, conforme condição ambiental.

Para o professor, a chave é método e informação acessível: “A ideia é usar o que temos no território e, com método, propor alternativas que os estudantes possam testar e explicar à comunidade”. A rotina pedagógica segue ciclos de diagnóstico do problema, prototipagem e apresentação pública, registrando dados de cada ensaio para orientar o próximo passo.

Uma das frentes é conduzida por Alannis Mazotti Almeida, aluna do 2º ano do ensino médio e técnico em Logística concomitante, responsável pelo canudo comestível. A estudante relata ganhos técnicos e comunicacionais ao apresentar o projeto e construir o protótipo. “Aprendi a interagir, a apresentar o projeto e a fazer o protótipo. Participar dessa pesquisa, apresentar na Semana me dá vontade de continuar pesquisando mais e mais.”

Segundo a equipe, os testes incluem resistência em líquidos, características físico-mecânicas e palatabilidade, antes de avançar para biodegradabilidade controlada e ajustes com foco em escala.

No conjunto, as propostas mostram aplicação simples e replicável: reaproveitar resíduos locais (talo e plástico), reduzir tempo de permanência de materiais de longa decomposição, melhorar a parada de ônibus com soluções de baixo impacto e formar competências pela prática com dados.

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