Wendel dos Santos Silva, de 38 anos, acusado de feminicídio em situação de violência doméstica cometido contra a noiva, Lediane Ferro da Silva, 43, está sendo julgado pelo Tribunal do Júri, no Fórum em Peixoto de Azevedo (197 km de Sinop). A sessão plenária é presidida pelo juiz João Zibordi Lara e consta transmissão pelo canal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso no YouTube (abaixo).
O primeiro a ser ouvido foi o filho de Lediane, Gustavo Michel, que presenciou o crime. Bastante emocionado, ele falou sobre o que viu do crime. “Cheguei da escola, estava me arrumando para trabalhar e ouvi a filha dele gritando. Sai na cozinha e vi ele matando minha mãe”, disse, chorando bastante. O filho também afirmou que os dois tinham um relacionamento conturbado. “Muita briga, ele só ameaçava ela”.
Ao ser questionado sobre a ‘falta’ da mãe, a testemunha voltou a se emocionar. “Não sei o que eu faço, não tenho para onde ir, não sei o que vai acontecer, não tenho ela, não tenho nada”. Atualmente, o jovem mora com a avó em Sinop.
A segunda testemunha a ser ouvida foi uma amiga de Lediane. A terceira pessoa é a filha do réu, que estava na casa no momento do crime. Ela afirmou que não viu o momento das facadas porque estava de costas. Além disso, afirmou ter sido chamada para casa por Lediane, pois naquele dia iria se separar do seu pai. A testemunha também detalhou sobre o início da discussão, que culminou no feminicídio. A quarta testemunha ouvida foi um investigador de Polícia Civil que esteve no local de crime.
O réu, Wendel está presencialmente no júri. Ele chegou ao fórum segurando uma bíblia. Chorando, o acusado iniciou falando sobre o início do relacionamento dos dois. Ele afirmou ter dificuldades financeiras e que Lediane o “rebaixava” por ele ter mais dinheiro. Ele citou alguns desentendimentos entre eles, além de idas e vindas no relacionamento.
A promotora de justiça Andreia Monte Alegre Bezerra de Menezes questionou ao réu para falar sobre o momento do crime. Ele revela que a discussão e o crime ocorreu após ele pedir a aliança a ela. “Eu penso em pedir a aliança para ela, no momento em que eu estava arrumando as coisas para ir embora. Eu pedi a aliança para ela, ela falou que não ia dar, eu falei que ela não ia usar aliança com outro. Perguntei se ela queria usar aliança com outro, como dá outra vez, e ela falou que eu podia usar a minha com quem eu quisesse e que ela iria usar a dela com quem ela quisesse porque foi ela quem pagou”, a promotora de justiça em seguida perguntou o que aconteceu depois. Wendel diz: “Só lembro de ter pegado a faca”.
“Eu penso em pedir a aliança para ela, no momento em que eu estava arrumando as coisas para ir embora. Eu pedi a aliança para ela, ela falou que não ia dar, eu falei que ela não ia usar aliança com outro. Perguntei se ela queria usar aliança com outro, como dá outra vez, e ela falou que eu podia usar a minha com quem eu quisesse e que ela iria usar a dela com quem ela quisesse porque foi ela quem pagou”, a promotora de justiça em seguida perguntou o que aconteceu depois. Wendel diz: “Só lembro de ter pegado a faca”.
O júri foi suspenso por 10 minutos e retomou com a promotora de justiça Andreia Monte Alegre Bezerra de Menezes. Ela tem 1h30 para acusar o réu.
A promotora fala sobre a cronologia do crime e detalhou imagens da câmera de segurança que flagraram o crime. Ela citou inversão de valores com o depoimento do réu, que afirmou ter sido maltratado por Lediane. Além disso, mostrou o laudo do Instituto Médico Legal, que detalha as facadas desferidas pelo acusado na vítima.
O crime
O caso ocorreu no dia 15 de abril do ano passado, na casa da vítima. Conforme as investigações, Lediane já sofria violência doméstica por parte do noivo e, no dia em que foi assassinada, chegou a conversar com a enteada para pedir que Wendel se retirasse de sua casa, devido às constantes discussões que vinham ocorrendo.
A enteada foi até a casa de Lediane pedir para o pai ir embora. No entanto, ele se recusou, discutiu com a noiva e, em seguida, se apossou de uma faca, com a qual desferiu vários golpes contra a vítima. O filho dela e a filha do réu presenciaram a ação criminosa e fugiram assustados. Câmera de segurança de dentro da residência gravou a cena do crime. Wendel fugiu em seguida e foi preso quatro dias depois. Ao longo do processo, a prisão preventiva do réu foi mantida.
Lediane era diretora financeira da Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto.
Em instantes mais detalhes
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