O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou, há pouco, em Sorriso, que vai se empenhar para fortalecer as medidas para a Ferrogrão (ferrovia que ligará Sinop a Itaituba, Pará) ser destravada e sair do papel. “Vou me empenhar para resolver os problemas jurídicos, mostrando que ferrovia ajuda o meio ambiente, se substitui milhares de carretas, óleo diesel, evita a ocupação grande de regiões, melhora custo, logística. Eu defendo o meio ambiente, mas de outro lado você reduz custos e ajuda o meio ambiente, ferrovia reduz a emissão CO2 na atmosfera. A BR-163 está sendo duplicada, até lembrei que fiz de carro a rodovia no tempo que tinha trecho de terra ainda, fui até Santarém no Pará”, declarou após participar de encontro com prefeitos no Nortão e Médio Norte, o governador Mauro Mendes e o ministro Carlos Fávaro. O governo federal refez, por ordem do STF, mudanças no nos 930 km de traçado da ferrovia, no Pará, por conta da proximidades com o parque nacional Jamanxin e o próximo passo é o projeto ser apreciado pelo Tribunal de Contas da União. O governo quer enviá-lo até novembro e a expectativa é que o TCU conclua as análises no primeiro trimestre do ano que vem para ser lançado edital da obra que deve ter investimentos de multinacionais do agro e governo.
Alckmin também disse, após o encontro em Sorriso, que não há preocupações com possíveis retaliações, ou novas sanções dos Estados Unidos após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão, ontem, por golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e outros três crimes. “Não há nenhuma relação entre decisão do Poder Judiciário e política regulatória, imposto de importação e exportação é política regulatória, então não há relação entre uma coisa e outra. Quero reiterar o compromisso do governo Lula com o diálogo e negociação (com o governo americano”, afirmou, após participar de encontro com prefeitos de algumas cidades do Nortão e Médio Norte.
“Dos 10 produtos que os Estados Unidos mais vende para nós, em oito o imposto é zero, ex-tarifário, não paga nada e a tarifa média cobrada de produtos americanos é de 2,7%. Nós temos duas boas notícias, há 15 dias, os produtos que tem aço ou alumínio passaram para chamada sessão 232 (disposição da Lei de Expansão Comercial dos Estados Unidos que autoriza o presidente a investigar o impacto das limitações na segurança nacional e, se considerado uma ameaça, pode importar tarifas ou outras restrições para proteger os interesses dos EUA), que nós estamos juntos do mundo inteiro, então nós não perdemos tanta competitividade, a não ser para produtos produzidos dentro dos Estados Unidos e há 3 dias foi excluída do tarifaço a celulose, estava com 10% e foi para zero. Também outros, pastas de madeira, herbicidas, ferro-níquel, virou zero”, afirmou Alckmin que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
“Estamos trabalhando para reduzir esta alíquota e, até o contrário, fortalecer nosso comércio exterior com Estados Unidos, que tem um enorme déficit na balança comercial com o mundo inteiro, mas tem superavit com o Brasil. Dos 20 países com maior PIB do mundo, só três, os Estados Unidos tem superavit, Brasil, Reino Unido e Austrália, então o Brasil não é problema, ajuda a balança comercial americana, e vamos trabalhar para excluir mais setores (do tarifaço) e reduzir mais ainda essa alíquota.”
Alckmin ainda ressaltou que o governo federal está trabalhando ativamente para resolver permanentemente a questão do tarifaço, e acredita que é possível avançar. “Segundo, as ações predicatórias, quem foi atingido pela tarifa de 50%, R$ 40 bilhões de crédito com fundo garantidor, juros de 7% a 9%. Compras governamentais, prefeituras, governos estaduais, federal, comprar pescado, fruta, café, produtos nossos. De outro lado, legislação, é possível com acordo coletivo com os sindicatos, ter uma flexibilização trabalhista. O drawback (regime aduaneiro especial que incentiva as exportações) foi prorrogado por um ano, as empresas que exportam vão ter mais 1 ano para exportar sem multas e sem imposto devido, e o reintegra, que dará 3% do valor da exportação para ajudar empresas atingidas.”
Ele também reforçou que uma das maneiras de combater as altas tarifas é a abertura de novos mercados externos. “Acabamos de chegar do México, com o ministro Fávaro, foi aberto o mercado para farinha bovina, suína, aves e peixes, aqui é grande produtor. Esse é o bom caminho e estamos indo daqui 15 dias para a Índia.”
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