A Escola Estadual de Tempo Integral Carlos Hugueney, em Alto Araguaia (420 quilômetros de Cuiabá) passou hoje oficialmente a integrar o modelo cívico-militar da Rede Estadual de Ensino, tornando-se a 102ª unidade do Estado a adotar o formato. A escola ficou conhecida após um vídeo viralizar mostrando o caso de espancamento praticado por quatro menores contra uma colega, no início deste mês.
Segundo a Polícia Civil, o fato teve repercussão e indignação, em virtude da agressividade apresentada pelas menores. No decorrer da investigação, foi apurado que as agressoras mantinham entre si um grupo organizado, com atribuições e regras internas semelhantes a uma organização criminosa, e que a vítima teria sido castigada por, supostamente, descumprir uma dessas regras.
Segundo a investigação, durante a sessão de violência, a menina ainda foi obrigada a não chorar, sob pena de sofrer mais agressões. Cerca de dez pessoas foram ouvidas, incluindo as adolescentes, pais, direção da escola e a própria vítima. Em depoimento, as menores confessaram as agressões e relataram que outras quatro alunas também já haviam sido espancadas por descumprirem as regras do grupo. As meninas foram internadas em uma unidade socioeducativa.
A mudança para o modelo cívico-militar foi anunciada pessoalmente pelo secretário estadual de Educação, Alan Porto, e pela diretora regional de Educação do polo Rondonópolis, Andreia Cristiane de Oliveira, durante visita à cidade. Segundo a Seduc, a notícia foi recebida com entusiasmo pela comunidade escolar, que aguardava essa transformação. Com 91 alunos e 13 professores, a escola tem como patrono Carlos Hugueney, major do Exército e primeiro intendente do município, ainda na época em que Alto Araguaia se chamava Santa Rita do Araguaya, por volta de 1911.
Para o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, esse vínculo histórico reforça a identidade e o simbolismo da nova etapa que a unidade vive. “O momento representa mais do que uma mudança administrativa. É a promessa de um futuro com mais organização, valores e condições estruturais para que cada aluno desenvolva seu potencial”.
O secretário destacou que, além da mudança de modelo, a Seduc está investindo R$ 4,6 milhões na melhoria da infraestrutura da escola. O projeto inclui a reforma e ampliação do bloco educacional, construção de um bloco administrativo, pórtico de entrada, quadra poliesportiva e vestiário. “Estamos construindo não apenas novos espaços, mas novas oportunidades para esses jovens, unindo disciplina, cidadania e ensino de qualidade. Assim, fortalecemos o processo pedagógico e o apoio psicossocial ofertado pela Diretoria Regional de Educação”, afirmou Alan Porto.
A diretora da escola, Elizabeth Paes Teixeira, reforçou dizendo que as escolas cívico-militares contam com os mesmos professores das unidades regulares, mesmo material didático, mesma metodologia de ensino e todos os recursos tecnológicos implantados nas demais escolas da rede.
“Já sentimos diferença na questão do respeito, disciplina e foco, pois, os dois militares da reserva já começaram a trabalhar auxiliando a direção e no monitoramento do pátio, da entrada e saída dos alunos”, explicou Elizabeth, esclarecendo que nos próximos dias um terceiro militar da reserva vai completar a nova equipe da escola.
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