Lucas do Rio Verde teve, ano passado, o menor índice de acidentes de trânsito dos últimos oito anos: 1,15. A redução é de 26% em relação a 2016 e a análise feita pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso é que a redução “reflete uma tendência de queda impulsionada pelas metas do Programa de Gerenciamento do Planejamento Estratégico (GPE), do TCE que também contribuiu para manter baixos os índices de criminalidade no município, mesmo diante de um cenário de crescimento populacional acelerado”
O coordenador do Gerenciamento do Planejamento Estratégico (GPE) auditor público externo Guilherme de Almeida explica que, para reduzir os acidentes, a prefeitura começou levantando o número de ocorrências, a taxa de mortalidade no trânsito e o tempo de resposta do serviço de emergência. “O monitoramento dos dados levou à melhoria da sinalização, ao reforço da iluminação pública e ao aumento do policiamento preventivo.” Outras iniciativas que tiveram impacto foram as campanhas de conscientização, a implementação de mais lombadas eletrônicas e a reorganização do tráfego. “Isso mostra como o planejamento estratégico possibilita à gestão definir metas específicas por setor, acompanhar a evolução e reorganizar as prioridades conforme os dados indicam a necessidade de ajustes”, acrescenta Guilherme.
O presidente do tribunal, conselheiro Sérgio Ricardo, avalia que o compromisso com planejamento estratégico bem executado é essencial para o avanço e desenvolvimento das cidades, que estarão mais preparadas para o futuro. “Quando a prefeitura tem planejamento, consegue melhorar a segurança, o trânsito, a saúde, a educação. E é assim que começamos a garantir que o cidadão tenha uma vida mais digna”.
O planejamento estratégico também gera impactos além do setor diretamente beneficiado. A redução de acidentes, por exemplo, pode representar economia para toda a rede pública de saúde. Esse impacto fica evidente em relatório da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que mostra que, entre 2019 e 2024, as internações por acidentes de trânsito custaram R$ 22 milhões ao Estado.
Em Lucas, que tem um dos crescimentos populacionais mais acelerado do Brasil — estimado em 8,49% ao ano — o GPE também contribuiu para manter a estabilidade na taxa de criminalidade. O TCE aponta que o índice caiu de 1,80 em 2022, para 1,58 em 2023, e fechou 2024 em 1,78. Mesmo com a leve oscilação, o valor segue entre os menores dos últimos oito anos, representando uma redução de 52,8% em relação a 2016.
Neste caso, os principais indicadores considerados pela gestão foram a taxa de ocorrências criminais e o índice de resolução de crimes. Para enfrentar o problema, o trabalho focou na capacitação da guarda municipal, na realização de operações integradas e na ampliação do monitoramento público por meio de câmeras e sistemas inteligentes de vigilância, acrescenta a assessoria do TCE.
O GPE é executado pela TCE, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso e a Associação Mato-grossense dos Municípios, que oferecem suporte técnico e acesso a ferramentas digitais aos gestores municipais. “O GPE amplia o acesso à informação, permite o acompanhamento de resultados e fortalece a responsabilidade na prestação de contas. Isso assegura políticas públicas com mais efetividade, transparência e foco na melhoria da qualidade de vida da população”, afirma o secretário da Seplan do TCE, Adjair Roque de Arruda.