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Governador diz que Trump mistura economia com política e aponta impactos de tarifaço em Mato Grosso

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Redação Só Notícias (foto: Só Notícias/Guilherme Araújo)

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), criticou hoje a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir desta sexta-feira (1º de agosto). Para ele, a medida é um “erro” que mistura questões políticas com econômicas e trará consequências graves, especialmente para o agronegócio do estado.

“Temos que reconhecer que houve deslizes por parte do governo federal. O Trump, erradamente, fez esse tarifaço. Está misturando política com economia. É uma questão pessoal, que até acho louvável defender um amigo, mas quando coloca em risco setores importantes da economia brasileira e do consumo brasileiro, age com certos deslizes e trará consequências”, afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan.

O governador comparou a estratégia de Trump com ações anteriores contra China e União Europeia, destacando que o presidente americano tem um “estilo muito agressivo”. No entanto, ele avaliou que a postura do governo brasileiro, incluindo comentários do presidente Lula, pode ter agravado a situação. “Todos sabemos que o governo brasileiro andou falando algumas coisas que irritaram o Trump, com relação ao dólar e algumas críticas, além de comentários desnecessários”, disse, em referência às declarações de Lula que ironizaram Trump com menções a jabuticabas.

Mendes destacou que Mato Grosso também terá impactos, especialmente o setor madeireiro, que tem empresas exportando cerca de 70% da produção para os EUA. “Alguns setores, como o de carne, é menor e temos alternativas globais em função da característica desse mercado. Então, nesse setor, aquilo que deixaremos de mandar para os EUA, poderemos realocar em outros mercados. O complexo soja-milho-etanol terá alguns impactos, que podem ser trabalhados. Mas todos trarão consequência prática”, destacou.

Há dois dias, conforme Só Notícias já informou, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Sinop divulgou nota manifestando preocupação com os impactos econômicos decorrentes do anúncio de novas tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. “Embora compreendamos o contexto geopolítico global, ressaltamos que medidas dessa natureza atingem diretamente a base produtiva e exportadora do Brasil, com reflexos imediatos na economia de Mato Grosso”.

O governo americano mantém para o próximo dia 1º o aumento nas tarifas para exportação de produtos florestais, carnes, café, sucos, pescados, couros, complexos soja e demais. O aumento deve chegar a 50% e a projeção das entidades de cada setor é de queda considerável nas exportações para os Estados Unidos.

A CDL Sinop expõe que Mato Grosso é o 4º maior exportador do Brasil e responsável por mais de US$ 27 bilhões em exportações, com saldo líquido de US$ 24 bilhões na balança comercial. Além disso, apresentou o maior crescimento do PIB dentre todas as unidades da federação ao longo dos últimos 20 anos. Mato Grosso apresentou uma variação real acumulada de 154,7% entre 2002 e 2022, o que corresponde a uma taxa geométrica média de crescimento de aproximadamente 4,8% ao ano, segundo a Secretaria de Planejamento do Estado.

Num momento em que o crédito está caro, com a taxa SELIC em 15% ao ano e o produtor encontra dificuldades para manter suas atividades, o manifesto destaca que a imposição de barreiras comerciais intensifica a insegurança e limita a capacidade de investimento de todo o setor produtivo. “As incertezas do cenário econômico e as condições de crédito adversas também inibem a intenção de compras dos consumidores, o que afeta diretamente o comércio varejista e a prestação de serviços”

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