O delegado Bruno França falou sobre a operação “Inimigo Íntimo”, e apontou inconsistências nas versões dos envolvidos durante depoimentos na época do caso, ocorrido em março. Segundo ele, após a morte Ivan Michel Bonotto, de 35 anos, a polícia retomou as investigações, descobrindo que a versão inicial, que apontava uma briga de bar, na qual o dono do estabelecimento não conheceria Ivan, não procedia. “A vítima era amigo íntimo do proprietário do bar e sua esposa e tinha um caso extraconjugal com a esposa do amigo.”
“Aprofundando as investigações, identificamos que a mulher é médica e que ela usou dessa condição para adentrar o centro cirúrgico no momento em que ele foi socorrido, para pegar o celular da vítima e destruir todas as provas que nele existiam. O celular foi praticamente resetado, e conseguimos provar, inclusive ela já assume isso, que realmente apagou todas as provas do celular da vítima, apesar de negar envolvimento no homicídio.” Ainda segundo Bruno França, a equipe conseguiu provas de que autor e mandante do crime haviam criado uma história de “um homem que estava sendo traído e que o amigo foi morto em seu estabelecimento.”
“Voltamos os olhos para a dinâmica do crime, a briga de bar nunca ocorreu, e a vítima foi esfaqueada ao lado do dono do bar, que alegou não saber de nada e que não tinha visto. Após o crime, o proprietário e o autor se mantêm nessa distribuidora conversando um assunto que ainda não sabemos, por 1 minuto e 42 segundos. Depois que ele (autor) sai, o dono do bar ainda aguarda mais 11 minutos da vítima em estado crítico, para levá-lo ao hospital. Nós levantamos também que a alegação de que ele tinha chamado os bombeiros e a polícia é falsa, a gente pegou extratos e não houve ligação nenhuma.”
O delegado também explicou que a morte de Ivan foi uma surpresa para a equipe, porém até o momento não há indícios de que a médica teria envolvimento. “O quadro médico dele indicava que ele sobreviveria, mas, analisando prontuário, até o momento aponta como causa da morte complicações das facadas, não temos provas nenhumas nesse sentido. A prova que nós temos é que a causa da morte foram complicações mesmo. O que sabemos é que a vítima havia pedido para que não fosse permitido que a médica o visitasse no hospital, e ainda assim, ela insistia com visitas, mas isso não pode nos levar a tirar uma conclusão dessas, apesar de termos que checar o fato.”
Conforme Só Notícias já informou, nesta manhã, o marido e executor do crime foram presos, enquanto a médica foi alvo de mandado de busca e apreensão. As investigações seguem em andamento para total esclarecimento dos fatos e a participação dos envolvidos.
Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.