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CENIPA conclui relatório de avião que bateu em cabo de energia e fez pouso forçado no Médio Norte

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Só Notícias/Kelvin Ramirez (fotos: reprodução/CENIPA)

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) divulgou o relatório do pouso forçado do Air Tractor 502B após colisão em um cabo de energia ocorrido no dia 12 de agosto de 2023 em uma fazenda em Nova Maringá (378 km de Cuiabá). O piloto saiu ileso. Segundo o relatório que Só Notícias teve acesso, fatores como “atenção, atitude, julgamento de pilotagem e planejamento de voo” contribuíram para o incidente.

Consta que por volta das 20h02 a aeronave decolou da fazenda a fim de realizar um voo local de aplicação de defensivo agrícola. Com 27 minutos de voo, o avião colidiu contra um dos cabos de uma linha de transmissão de energia elétrica. Em consequência do impacto, a aeronave perdeu parte do leme e do estabilizador vertical. Após essa colisão, o piloto realizou três tentativas de aterrissagem no aeródromo da fazenda sem sucesso, após as quais optou por realizar um pouso forçado na plantação de algodão.

Ao analisar as características da área de aplicação, a comissão de investigação verificou que existiam várias torres de transmissão de energia elétrica no local. As faixas de aplicação cruzavam transversalmente os cabos suportados por essas torres.

Conforme o relato colhido, nesse voo, o piloto iniciou a operação com passagens (tiros) no sentido nordeste/sudoeste (proa aproximada 240°), transversais à linha de transmissão, com o sol de proa, e ultrapassando os cabos de transmissão por baixo. Após o “tiro” que antecedeu a colisão, ele manobrava o avião para posicioná-lo para uma nova passagem quando ocorreu a colisão contra o cabo mais baixo da rede elétrica.

Ainda segundo o piloto, nesse momento, sua atenção estava focada em estabilizar o avião no eixo correto, motivo pelo qual ele não percebeu a proximidade em relação aos cabos de energia. Depois da colisão, o piloto percebeu que estava com dificuldades para coordenar a aeronave e decidiu seguir para pouso, que foi realizado na proa 145° e o avião percorreu 237 m até a parada total, na proa 343°.

Nas análises dos investigadores, verificou-se que a opção escolhida para os eixos das passagens colocava a aeronave em uma rota na qual, obrigatoriamente, haveria um cruzamento com a rede elétrica contra a qual a aeronave colidiu. “Uma opção mais conservativa em termos de segurança seria realizar os tiros paralelamente à linha de transmissão, evitando, dessa forma, o seu cruzamento e a realização do balão próximo a esse obstáculo. Assim, a opção por realizar as passagens de modo transversal aos cabos de energia presentes no local, passando por baixo dos cabos, em detrimento da mais conservativa que seria fazê-lo em paralelo às linhas elétricas, indicou uma postura complacente, o que contribuiu para a colisão da aeronave contra esse obstáculo”, diz trecho do relatório.

Um dos fatores que contribuiu, segundo os especialistas, também foi a baixa luminosidade. “Considerando a dinâmica do acidente, verificou-se uma inadequada avaliação dos riscos envolvidos em executar o balão perto da rede elétrica contra a qual a aeronave colidiu e em realizar as passagens passando por baixo dos cabos, especialmente devido ao horário em que ocorria a operação (luminosidade baixa), o que também teve participação nesta ocorrência. Nesse contexto, considerando o relato do piloto de que, no momento da colisão, sua atenção estava focada em estabilizar o avião no eixo correto, motivo pelo qual não percebeu a proximidade dos cabos de transmissão, verificou-se um rebaixamento no processo de gerenciamento de todas as informações envolvidas naquele instante da operação que resultou em desatenção, fixação em posicionar a aeronave e prejuízo na atenção dividida, circunstância que também contribuiu para este acidente”, concluíram.

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Croqui mostrando a trajetória do ponto de impacto com a linha de transmissão
até a aproximação do aerodrómo
Cabo da rede elétrica após colisão
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