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Adolescente alvo de operação foi encontrada com sinais de automutilação em Sinop, diz delegado

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Só Notícias/Kelvin Ramirez (foto: reprodução)

O delegado Gustavo Godoy, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos, detalhou esta manhã sobre a Operação Mão de Ferro 2, deflagrada contra crimes cibernéticos de extrema gravidade, especialmente aqueles direcionados a crianças e adolescentes. Em Mato Grosso, foi cumprido mandado de busca e apreensão domiciliar a uma adolescente, de 16 anos, em Sinop, e dois mandados de busca e apreensão e de internação provisória ao líder do grupo, um adolescente de 15 anos, em Rondonópolis.

“A investigação começou há quase um ano após alerta do Ministério da Justiça que alertou a DRCI da prática criminosa e que provavelmente seria de um morador de Rondonópolis. A partir desse alerta e conseguimos chegar ao adolescente em Rondonópolis. Foi apresentado mandado de apreensão que foi deferido pela vara da infância. Lá tinha dois celulares que foram apreendidos, para nossa surpresa, ele sequer usava computador. Todas as práticas eram através de telefone celular”, explicou o delegado.

“Extraímos os dados dos celulares e fizemos as análises. Constatamos uma gama de atos infracionais praticados que iam desde organização criminosa, um grupo organizado, ordenado, subordinado por esse líder em Rondonópolis, sub líder, tinham meninas que participavam desse grupo”, acrescentou o delegado, explicando que o líder do grupo criminoso e morador de Rondonópolis já foi alvo de outras operações anteriormente.

Gustavo explica que o suspeito vendia os conteúdos usando dados bancários de ‘laranjas’. “Tinha incentivo à automutilação, conversas que ensinavam a como se mutilar, como deixar menos marca, ferir menos. Tinha também stalking, que é o crime de perseguição, crimes de ameaça, falsidade ideológica, porque esse adolescente abriu uma conta bancária com dados de terceiros, fotos e documentos falsos. Ele vendia produtos de pornografia vazados dessas meninas e vendia no ambiente virtual e recebia os valores nessa conta falsa. Usava o Telegram para vender esses conteúdos”.

O delegado também contatou que o suspeito fazia extorsão e ameaças às vítimas. “Ele ganhava confiança das vítimas adolescentes, conseguia obter esses tipos de imagens chamados ‘nudes’ e começava a extorquir essas adolescentes, ‘se você não fizer o que estou mandando, vou pegar as fotos e divulgar para a sua escola, pra sua mãe, pro seu pai’. As meninas se sentiram acuadas e eram coagidas a fazer esse tipo de conteúdo. Era de tomar água da privada, tem alguns vídeos das vítimas pegando água de dentro do vaso sanitário e bebendo. Colocando o nome deles no papel, amassando e comendo, isso tudo era através de ameaças”.

Já sobre a menor alvo de mandado em Sinop, Gustavo explica que ela era tanto vítima quanto suspeita, tendo em vista que repassava informações de como se automutilar para outras vítimas. “Em relação à adolescente de Sinop, quando chegou lá, constatou que ela tinha uma série de marcas de cortes nos braços e nas pernas. Ela não era só suspeita, mas também vítima desse grupo criminoso. Na análise das redes sociais dela, a gente conseguiu conversas que ela havia ensinado outras pessoas a se automutilar”.

Um dos conteúdos encontrados pela equipe policial foi da morte e tortura a um gato transmitida para centenas de pessoas. “Chama-se conteúdo Gore. Eles fizeram uma live matando um gato, e as pessoas pediam para espetar o olho e cortar a cabeça do animal. No final, tiraram toda a pele do gato. Isso mostra maldade, eles querem causar dor não só a uma pessoa, mas também a um animal”, explicou.

A operação ocorreu de forma simultânea em 12 Estados brasileiros, com a participação das Polícias Civis do Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo. Foram cumpridos 22 mandados judiciais, incluindo busca e apreensão, prisão temporária e internação socioeducativa.

Além de Sinop e Rondonópolis, as ações ocorreram em Manaus e Uruçará (AM); Mairi (BA); Fortaleza e Itaitinga (CE); Serra (ES); Sete Lagoas e Caeté (MG); Aquidauana (MS); Marabá, Barcarena, Canaã dos Carajás e Ananindeua (PA); Oeiras (PI); Lajeado (RS); São Domingos (SE); São Paulo, Guarulhos, Porto Feliz, Itu, Santa Isabel e Altair (SP).

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