O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou, por volta das 8h, no aeroporto de Várzea Grande e, de helicóptero, seguiu a Campo Verde (131 km da capital), com o governador Mauro Mendes (União) onde lançou o programa Solo Vivo. O presidente visitou o sítio Sentinela dos Pampas, no assentamento Santo Antonio da Fartura e, no momento, participa da cerimônia na área de convivência do local.
Conforme a assessoria, o programa tem como foco a recuperação de áreas degradadas destinadas à agricultura familiar e o aumento da qualidade dos alimentos. A iniciativa busca melhorar os solos, aumentar a produtividade das lavouras, fortalecer a geração de renda e promover a permanência das famílias no campo. Será realizado em parceria do governo federal com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Mato Grosso (Fetagri) e o Instituto Federal de Mato Grosso. O processo inicia com análises de solo feitas pelo IFMT.
Na primeira etapa de implementação do programa, entre 800 e 1 mil famílias serão atendidas, em propriedades com média de 10 a 15 hectares cada, dentro de assentamentos, em 10 municípios: Alto Araguaia, Campo Verde, Poconé, Rosário Oeste, Barra do Bugres, São Félix do Araguaia, Matupá, Juína, Pontes e Lacerda e São José dos Quatro Marcos. Também haverá entrega de máquinas agrícolas e retroescavadeiras.
Em seu discurso, Lula reforçou a importância da igualdade de oportunidades e insumos para os produtores rurais. “Na hora que você permite que a tecnologia, que os grande usam, chegue aos pequenos, eles terão a chance de produzir a mesma quantidade e com muito mais amor porque não estão pensando só em vender, estão pensando em comer também, isso é um dado diferente. Portanto, essa entrega de títulos e de máquinas é um novo começo das coisas que vão acontecer no Brasil”. “Assim que chover, que começar a brotar as coisas que eles plantaram, eu quero voltar aqui pra tirar fotografia e mostrar o que acontecerá nesse país se a gente investir igualmente em todos”, disse.
É a segunda visita de Lula a Mato Grosso em menos de três meses. Em abril, ele foi ao parque nacional do Xingu onde condecorou o cacique Raoni com a mais alta honraria do país.
O governador Mauro Mendes esteve na solenidade e em seu discurso foi vaiado por uma parte da platéia, formada por simpatizantes do presidente. “ Quando comecei minha gestão, nós pegamos o Mato Grosso que estava absolutamente quebrado, falido e que não conseguia cumprir com seu papel perante o cidadão e perante todos mato-grossenses. nos primeiros anos do meu mandato tivemos que fazer muitos enfrentamentos. Eu lembro quando cheguei em Sorriso no terceiro ano diante de uma plateia parecida com essa aqui de produtores rurais, de grandes produtores e a maioria deles me vaiaram porque eu tomei naquele momento decisões corretas, mas que foram mal compreendidas por eles. Graças a Deus, ao longo desses seis anos eu tenho muito orgulho de Mato Grosso”, “que é o grande produtor do agro brasileiro”.“Agora nossa responsabilidade não é com o agronegócio, mas sim com a agricultura familiar. Nos últimos anos aqui em Mato Grosso nós investimos muito, e vocês que aqui estão sabem disso, pesadamente na agricultura familiar desse Estado, assentamentos rurais que receberam asfalto”, “esse asfalto até Santo António da Fartura foi feito numa parceria do governo de Mato Grosso com a prefeitura de Campo Verde”. Sobre financiamento junto ao Banco Mundial, o governador disse que “vamos colocar quase R$ 500 milhões exclusivamente na agricultura familiar de Mato Grosso. Nos próximos anos vocês vão ter muito apoio e eu fico aqui feliz”, “de estar vendo essa ajuda que está chegando a muitos assentamentos, mas o governo de Mato Grosso vai ter talvez humildemente, modestamente, podemos dizer um dos maiores programas desse país para agricultura familiar aqui no Estado, uma parte desse dinheiro vem dos grandes, vem de quem planta soja, vem dos grandes pecuaristas, estamos pegando dinheiro deles porque 10 %”. Ele concluiu expondo que “não, meus amigos, vocês não podem vaiar. Estou pegando 5% do Fethah, que é pago pelos grandes produtores e esse dinheiro está indo exclusivamente para a agricultura familiar. Isso é fazer justiça”.
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