Um professor da rede estadual em Sorriso foi preso esta tarde acusado de incitar alunos a sequestrarem e torturarem colegas. De acordo com o delegado Bruno França, o docente teria ordenado que os estudantes “dessem um salve” em outros alunos, expressão utilizada para se referir a agressões físicas.
A investigação teve início após a Polícia Civil ser procurada por alunos que relataram ter sido vítimas de um “salve”, prática associada a castigos aplicados por organizações criminosas. Durante as apurações, as vítimas afirmaram que o professor estaria envolvido com uma organização criminosa e atuaria como recrutador de membros entre os estudantes. Segundo os depoimentos, o docente também teria ordenado que alunos sequestrassem e agredissem colegas, que foram levados para uma área verde próxima à escola.
Uma das estudantes apontadas como participante do sequestro foi apreendida e confirmou a participação do professor, alegando ter sido coagida por ele. A adolescente afirmou que os alunos têm medo do docente, que já era conhecido pela polícia. Em janeiro deste ano, segundo o delegado, o professor havia sido investigado por abrigar em sua residência dois envolvidos em um homicídio. Na ocasião, foram encontradas drogas e a arma utilizada no crime. Porém, conforme França, não houve elementos suficientes para manter o docente preso na época.
“Naquela ocasião, não houve instrução processual que permitisse a manutenção da prisão desse professor, mas ficamos de olhos abertos, alertas com a situação. E quando soubemos dessa nova acusação, tivemos convicção de que poderia ser verdade. Dirigimos até a escola, onde ele foi preso em flagrante”, explicou o delegado.
O professor foi preso em flagrante na escola e está detido sob as acusações de integrar organização criminosa, sequestro e tortura. Ele optou por permanecer em silêncio durante a abordagem e ainda será ouvido em interrogatório. A polícia continua as investigações para apurar possíveis outros crimes envolvendo o docente.
Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.
