terça-feira, 30/abril/2024
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Pesquisa aponta que caminhoneiros de MT têm fatores de alto risco cardiovascular devido à apneia do sono

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A mestranda em Saúde Coletiva, Bianca Karoliny Pereira de Souza, defende, amanhã (6), às 14h, na sala 18 do Instituto de Saúde Coletiva (ISC), sua dissertação de mestrado cujo tema é “Apneia Obstrutiva do Sono em Motoristas de Caminhão que Trafegam pela BR-364, Cuiabá, Mato Grosso”. Trata-se do primeiro estudo realizado no Estado com motoristas de caminhão com esse objetivo e terá como membro da banca examinadora uma das maiores autoridades em estudos sobre a apneia do sono no Brasil, a professora Sônia Maria Guimarães Togeiro Moura, da Escola Paulista de Medicina (Unifesp).

A pesquisa foi realizada no Distrito Industrial, em Cuiabá, com 430 motoristas de caminhão de carga pesada. As conclusões revelam que se trata de um grupo populacional de alto risco de apneia do sono, sonolência diurna excessiva e má qualidade do sono, fatores de alto risco para doenças cardiovasculares e acidentes de trânsito, que atingem 36% dos motoristas participantes do estudo.

O trabalho foi orientado pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Luiz César Nazário Scala, para quem os dados revelados pela pesquisa são extremamente preocupantes com relação a esta categoria profissional. “Baseado em estimativas de prevalência, estima-se que 20 mil pessoas são portadoras de apneia do sono, somente em Cuiabá, ainda não diagnosticadas de sua doença”, informou o orientador. Para ele, estudos como esse capacitam os pesquisadores a proporem políticas públicas aos gestores, o que se pretende fazer na sequência da apresentação da dissertação.

A banca examinadora, presidida pelo professor Scala, será composta pelas professoras Sônia Maria Guimarães Togeiro Moura (examinadora externa), Maria Silvia Amicucci Soares Martins e Lenir Vaz Guimarães (examinadoras internas).

Os estudos de Bianca se desenvolveram durante dois anos, período em que foram consultadas 237 referências bibliográficas, e aplicados três inquéritos reconhecidos internacionalmente, tendo em vista que em Mato Grosso não há um laboratório público do sono para que se possam efetuar, na população que não tem acesso aos serviços privados, exames de polissonografia, utilizados para o diagnóstico de distúrbios do sono, explica o orientador, professor Luiz Scala. Por meio desses questionários, revela o cardiologista e pesquisador, foi possível detectar que 57,9% do universo pesquisado apresentam apneia do sono, 22,5% têm má qualidade do sono, 18% sofrem sonolência durante o dia (o índice na população em geral é de 5%).

A pesquisa abrangeu caminhoneiros com idade de 20 a 42 anos, em média. Mostrou que 49,8% têm o ensino fundamental, 67,9% têm renda mensal per capta de até dois salários mínimos, 50% são de Mato Grosso e 25% dos estados do Sul e Sudeste, 21,8% fumam, 66% ingerem bebida alcoólica, 95,8% tomam café; 84,4% são sedentários, 87% estão com excesso de peso (49% obesos e 37% com sobrepeso), 81% têm a circunferência da cintura além de 102 cm, 25,5% são hipertensos, 44,9% trabalham de 9 a 12 horas por dia e 29,5% já sofreram acidente de trânsito.

Em vista disso, diz o orientador, “pretendemos propor a realização de um “Fórum de Política Pública em Medicina do Sono”, com a participação de representantes das secretarias Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS Cuiabá), e de Estado de Saúde (SES-MT), do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Ministério da Saúde, UFMT e outros órgãos (Assembleia de MT), para criar as bases da implantação de um Laboratório do Sono Público, em Mato Grosso, prevista por legislação do Denatran, para avaliação desses, e outros profissionais e condutores de veículos comerciais ou não e da população em geral”.

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