PUBLICIDADE

Endometriose: A importância do diagnóstico precoce

Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra, docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do HUJM e especialista em endometriose e infertilidade no Instituto Eladium, em Cuiabá
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

O Março Amarelo começou! É o mês mundial de conscientização da endometriose, criado para que mais pessoas tenham acesso à informação e tirem as dúvidas que existem ao redor da doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, no mundo todo estima-se que 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva apresentam quadros endometrióticos.

No Brasil, uma em cada dez mulheres possui algum tipo de endometriose.

Em um país de proporções continentais e populoso como o nosso, em que o sexo feminino representa aproximadamente 51,6% da população total, isso significa que cerca de 10 milhões de mulheres sofrem com a endometriose em solo brasileiro.

A cada dez mulheres em idade reprodutiva, uma sofre de endometriose.

Mesmo com números alarmantes, essa doença continua sendo diagnosticada de maneira tardia e muito se deve à desinformação acerca do tema. 

Por isso, profissionais da saúde encaram o desafio cotidiano de conscientizar as pessoas sobre os perigos da endometriose e de divulgar conhecimentos sobre essa condição clínica que aflige tantas pacientes.

Identificar os primeiros sintomas o mais cedo possível, além de fazer questionamentos mais aprofundados e específicos nas consultas e exames de rotina, pode fazer toda a diferença para um diagnóstico precoce. É o caminho ideal para aumentar as chances de tratamentos bem sucedidos.

O risco de endometriose,  de maneira geral, é maior para mulheres que tenham mãe ou irmãs que sofreram ou sofrem com quadros endometrióticos. Isso nos leva a crer que existem fatores genéticos que podem significar alguma predisposição para o desenvolvimento da doença. Problemas imunológicos que comprometam o funcionamento das defesas do organismo configuram outro fator de risco.

Fique atenta às cólicas extremamente dolorosas e, por vezes, incapacitantes. São os principais sintomas: Dores na região lombar e durante as relações sexuais também podem ser sinais da presença de tecido endometrial fora do útero, que é o que define a endometriose.

É importante perceber se as dores, incômodos e sangramentos aumentam a cada ciclo menstrual e a cada relação íntima. Entenda que mulheres não precisam conviver com dor. Sofrimento não é uma condição da feminilidade.

Atenção: Sangue na urina ou nas fezes durante a menstruação são sintomas de endometriose em estágio avançado. Em geral acompanhados de fortes dores abdominais, podem sinalizar que bexiga e intestino foram afetados.

Converse com familiares e amigas, compartilhem informações e conselhos. Fortaleçam os laços e cuidem umas das outras. 

O assunto vem à tona por causa do “Março Amarelo”, voltado à conscientização sobre a endometriose em todo o mundo. Durante todo o mês, alerta-se para a realização dos exames preventivos. “Temos, nessa época, um momento importante de  alerta não só para as mulheres, que precisam estar atentas aos sintomas e devem procurar precocemente o seu ginecologista, mas também  para nós, médicos, no sentido de percebermos a necessidade de fazer esse diagnóstico.

Entre os métodos de diagnóstico mais comuns estão o exame de ultrassom pélvico transvaginal (com preparo intestinal realizado por profissionais treinados), a ressonância magnética pélvica e o exame ginecológico tradicional. No entanto, a melhor maneira de identificar a endometriose ainda é a videolaparoscopia. No entanto, diante  dos recursos diagnósticos disponíveis hoje, sua indicação está restrita a situações especiais. 

A prevenção, portanto, é fundamental para evitar a doença. É imprescindível fazer o diagnóstico precoce, assim como o tratamento.  Para isso temos que ter em mente os sinais e sintomas da doença e, para diagnosticar os casos assintomáticos, fazer pelo menos um ultrassom transvaginal de rotina anual.

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias

Justiça para nossas crianças

Uma criança de 11 anos não namora. Não consente....

O primeiro passo para mudar

As grandes mudanças quase sempre vêm acompanhadas de resistência....

O duplo dreno: consignado e ‘Tigrinho’

Às vésperas do fechamento das contas no comércio de...

Quando o silêncio é o melhor conselheiro

Vivemos uma época em que muitos parecem ter delegado...