
Criado há dez anos pelo TCE, este ano o Gestão Eficaz já capacitou cerca de 1.200 servidores. O programa sempre apresentou temas de interesse da gestão pública, essenciais para garantir a eficiência na prestação de serviços aos cidadãos mato-grossenses. Especialistas em Direito Administrativo ligados à Consultoria Técnica do Tribunal de Contas de Mato Grosso abordam questões relativas às grandes dificuldades na gestão das prefeituras e Câmaras Municipais, responsáveis por grande parte das irregularidades detectadas nas auditorias do TCE.
Em 2014, do total das irregularidades verificadas nas contas de gestão julgadas pelo TCE, 73% foram consideradas graves, a maioria ligada à despesa, licitação e gestão financeira. Em relação aos municípios, foram contabilizadas 1.380 irregularidades graves, sendo a maioria relacionada à licitação, despesa, prestação de contas. Foram realizados oito eventos em cidades polos de Mato Grosso, reunindo representantes dos 141 municípios. São elas: Alta Floresta, Rondonópolis, Guarantã do Norte, Mirassol D'Oeste, Sinop, Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde, Aripuanã e Barra do Garças. Na avaliação dos técnicos do Tribunal, é preciso sempre avançar, oferecendo novos temas, abordagens diferenciadas, soluções acessíveis aos gestores.
Entre os temas discutidos nos dois dias de realização do Gestão Eficaz de Cuiabá (veja programação abaixo) está o problema de gestão de medicamentos na saúde pública municipal na Baixada Cuiabana. Desde 2014 o TCE e a Controladoria Geral da União (CGU) vêm treinando os controladores internos dos municípios sobe esse assunto. Em seguida foi realizado um amplo levantamento e avaliados 24 controles administrativos considerados essenciais para o bom funcionamento da logística de medicamentos.
O resultado do trabalho demonstrou que os municípios estão expostos a diversos riscos, como por exemplo: aquisição de medicamentos e insumos por preços acima dos praticados no mercado (sobrepreço); vencimento precoce do prazo de validade de medicamentos e insumos por falhas na gestão de estoques; incompatibilidade entre as ações governamentais e as necessidades da população, entre vários outros.
Foi detectado que 49% das prefeituras não possuem nenhum controle da logística de medicamentos e 63,8% ainda não têm uma relação de medicamentos essenciais. Também ficou comprovado que 47% dos municípios não fazem nenhum controle da validade dos remédios.


