O maior desafio do governo de Mato Grosso será articular com os países andinos para que o Banco Mundial e a Corporação Andina de Fomento (CAF) financiem a pavimentação da estrada que liga o município mato-grossense de Cáceres a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Essa é a avaliação do vice-governador Carlos Fávaro após a realização da Caravana da Integração, encerrada na última quarta-feira.
O asfaltamento do trecho de 315 quilômetros é considerado essencial para estreitar as relações comerciais com a Bolívia, Peru e Chile, países visitados pela Caravana durante os seis dias de viagem. Além do comércio de produtos manufaturados e da agroindústria mato-grossense, a estrada também pode ser uma possibilidade de escoamento da produção agropecuária pelos portos do Oceano Pacífico.
Fávaro afirma que apesar da falta de infraestrutura, o investimento dos órgãos internacionais de crédito poderá possibilitar a integração regional e comercial com os países andinos. “Não estamos aqui para fazer obras nos países que passamos, trazer dinheiro dos impostos mato-grossenses. Viemos mostrar que temos oportunidades de relações comerciais se essas obras forem realizadas”.
O vice-governador diz ainda que o término da estrada boliviana vai auxiliar outras iniciativas do Governo do Estado, como a construção da Zona de Processamento para Exportação (ZPE) em Cáceres. “Mato Grosso está no caminho certo com a ZPE de Cáceres, com a reativação da hidrovia Paraguai-Paraná, com o investimento em rodovias, programas de incentivo. Tenho certeza que estamos em sintonia com o mundo e criaremos oportunidades para a região”.
Outro ponto da viagem destacada por Carlos Fávaro, é o aprendizado com as políticas públicas implantadas nos países. Ele cita as zonas francas, zonas de processamento para exportação, modernização da indústria e comércio, além do investimento em portos.
A pavimentação da rodovia boliviana foi discutida com o CAF durante o encontro da Zona de Integração do Centro-Oeste Sul-Americano (Zicosur), realizado nos dias 20 e 21 deste mês, em Cuiabá. Na ocasião, a instituição financeira se posicionou favorável ao pleito, uma vez que a integração regional faz parte da missão de fomento.
Fávaro lembra que a Bolívia possui um financiamento de 2 bilhões de dólares para construção de infraestrutura em seu país, recursos do Banco mundial e outras instituições internacionais. “Estamos trabalhando para que essa ligação seja colocada como prioridade ao povo pelo governo boliviano”, explicou.
O CAF é composto atualmente por 18 países da América Latina, Caribe e Europa, e por 14 bancos privados da região andina. Entre 2010 e 2014, a instituição registrou movimentação financeira de US$ 30.494.000 em ativos.
