O governador Pedro Taques classificou, há pouco, como "arbitrária, teratológica" a decisão desembargador Orlando Perri, que afastou do cargo, hoje, o secretário de Segurança, Rogers Jarbas. Taques disse que respeita a decisão mas que vem de um juiz "parcial que está investigando, acusando e pré-julgando nas suas decisões. Ele está em todas as suas decisões colocando organização criminosa porque aí se faz possível a prisão por obstrução de justiça", afirmou, referindo-se as sentenças nas investigações dos grampos telefônicos clandestinos feitos em políticos, ex-servidores e outras pessoas. Perri aponta que Jarbas vem cometendo "inúmeros ilícitos penais, dentre eles: embaraçar investigação de infração penal envolvendo organização criminosa, abuso de autoridade, usurpação de função pública, denunciação caluniosa e prevaricação, dentre outros que poderão ser descortinados ao longo das investigações penais”.
Taques disse que é governador "mas não me tornei idiota para não entender decisões judiciais. E isto será representado no foro apropriado. (São) Decisões absurdas denominada pelo próprio desembargador de grampolândia. Expresso mais uma vez meu respeito pessoal ao poder judiciário. Mas, na democracia, inclusive decisões judiciais devem ser debatidas sim", afirmou.
"Uma pergunta que quero fazer: onde se encontrava o senhor Orlando Perri quando era presidente do Tribunal de Justiça e uma quadrilha se adono do Estado de Mato Grosso ? Por acaso ele mandou prender secretários da gestão passada ?" , disparou, referindo-se aos casos de corrupção na gestão de Silval Barbosa. "Nós não vivemos na escuridão da ditadura apesar do Brasil viver momentos estranhos em que se prende por denunciação caluniosa e não se remete ao Ministério Público para tomar as providências, em que se prende sem a opinião favorável do titular constitucional da ação", criticou Taques, que é ex-procurador da República.
A declaração foi dada ao lado do vice-governador Carlos Favaro e de diversos secretários estaduais. Taques interrompeu sua agenda no Nortão – estava em Juara inaugurando escolas e iria a Juína nesta quinta-feira – e retornou para Cuiabá ao saber do afastamento de Jarbas.
O desembargador Perri mandou o secretário usar tornozeleira eletrônica, também autorizou buscas e apreensões de documentos na secretaria de Segurança. Os delegados de Polícia Civil, Flavio Stringuetta e Ana Feldner, foram cumprir os mandados de buscas e apreensões.
O secretário foi ao Tribunal de Justiça, no final da tarde, acompanhado de vários delegados que manifestaram solidariedade, e se apresentou para cumprimento da decisão. O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepo), Wagner Bassi, acompanhou o secretário e criticou a decisão de afastá-lo. “Ele veio se apresentar espontaneamente com todo o apoio da categoria, que acha excessiva essa medida, porque o tempo todo ele se colocou à disposição da justiça. “Viemos em solidariedade e apoio. Dois pontos chamaram nossa atenção, que entendemos como desnecessários, como realizar buscas dentro da secretaria de Segurança, um ambiente da polícia. A gente acha que talvez não fosse necessário", acrescentou.
(Atualizada às 20:31h)