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Sargento da Polícia Militar confessa ter participado de grampos ilegais em MT

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À medida em que a repercussão negativa sobre o esquema de interceptações telefônicas ilegais avança em Mato Grosso e envolve mais nomes de pessoas e instituições, novos detalhes e depoimentos de envolvidos continuam vindo à tona. Agora, foi a vez da 3ª sargento da Polícia Militar, Andréa Pereira de Moura Cardoso, revelar que atuou no sistema de interceptações telefônicas ilegais a mando, segundo ela, dos coronéis da PM, Zaqueu Barbosa e Airton Benedito Siqueira Júnior.

Zaqueu está preso na sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope) desde o dia 23 deste mês. Já o coronel Airton integra o staff do governo Pedro Taques (PSDB), atualmente no cargo de secretário de Justiça e Direitos Humanos.

Em seu depoimento prestado à Corregedoria Geral da Polícia Militar, a sargento Andréa contou que atuava nas interceptações sob orientação do cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior. A policial também contou que a base para as atividades funcionava numa sala de um imóvel no centro da capital.

Gerson também está preso acusado de ser o autor dos pedidos de interceptações e responsável por elaborar relatórios falsos com nomes de pessoas que não eram investigadas, prática conhecida como “barriga de aluguel”. Tal estratégia teria levado o Ministério Público e o Judiciário ao erro a partir do momento em que os magistrados que recebiam os pedidos autorizavam a quebra de sigilo telefônico de pessoas que não tinham envolvimento com os supostos crimes de tráfico de drogas alegados pelos policiais.

Andréa explicou que no ano de 2014 foi orientada pelo coronel Airton Siqueira a procurar Zaqueu Barbosa no Comando Geral porque tinha um serviço no setor de inteligência na interceptação telefônica. Naquela época, Siqueira comandava o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). “O policial Gerson iria ser o responsável em explicar como seria o serviço porque teria muito conhecimento nessa área”, consta no depoimento de Andréa.

Em relação ao imóvel usado para executar as escutas clandestinas ela disse que era composto por dois quartos com mesa, cadeira de escritório, armários e cerca de 15 celulares conectados a um computador. Andréa relatou que cada policial recebia um login e uma senha para operar o sistema. Revelou ainda que ouvia os áudios das interceptações acreditando que realmente se tratavam de policiais militares suspeitos de envolvimento em crimes e que nunca ouviu ligações das pessoas citadas em reportagens que teriam sido alvos das interceptações.

A sargento Andréa garante que cumpriu ordens dos superiores e avalia não ter praticado qualquer conduta ilegal pois acreditava que as interceptações eram realizadas de forma lícita.

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