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Defesa econômica e cibernética 1

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Tudo leva a crer que a Presidente Dilma, se realmente levar em conta as orientações e sugestões de um grupo íntimo de assessores e conselheiros , onde estão incluídos apenas os seus mais próximos e confiáveis assessores, além de Lula e Franklin Martins, deve cancelar a visita de "estado" que faria aos EUA, numa clara demonstração de "indignação" com as atividades de espionagem cibernética que a Agência Nacional de Segurança daquele país teria feito, bisbilhotando seus email e até mesmo buscando alguns segredos comerciais na Petrobrás e em outros setores da vida nacional.
Com certeza, tudo o que éfeito desde há algum tempo por parte do Governo Federal, principalmente por parte do PT, tem relação com as eleições do ano que vem, quando Dilma deverá tentar a reeleição e também alavancar a escalada de seu partido e de seus aliados no aparelhamento do Estado Brasileiro e nos governos estaduais.

A "indignação" demonstrada tanto pela Presidente quanto por alguns de seus ministros e também por Lula contra OBAMA, muito se aproxima das diatribes que ao longo de sua permanência no Governo Venezuelano eram feitas por Hugo Chaves e continuam sendo as formas de vociferar de vários governantes na América Latina e em outras partes do mundo.

Em meio aos protestos populares tais governantes se apegam `a figura de um inimigo externo para buscar fortalecer-se internamente e superar as quedas em índices de popularidade como aconteceu nas recentes manifestações de massa no Brasil quando Dilma despencou de quase 80% de aprovação para apenas 30% em questão de dois ou tres meses.
Todos os analistas foram unânimes em afirmar que se este for o clima da época da eleição dificilmente Dilma venceria no primeiro turno e correria até mesmo o risco de ser derrotada, colocando por terra o projeto estratégico de poder do PT e do aparelhamento que o partido tem feito da administração brasileira. O sinal vermelho chegou a ser ligado e os lulistas não titubearam em iniciar a chamada do "volta Lula".

Parece que a possibilidade de naufrágio era real e aí, como nessas situações de desespero, sempre surge uma tábua de salvação. Esta tábua foi o apelo para o já bem surrado anti-americanismo que pessoas, grupos ideológicos e governos fazem em momentos de crise. Era necessário criar um inimigo externo para tentar unir novamente a nação em torno de sua líder maxima.

Interessante que esta mesma indignação que o Governo Federal vocifera contra Obama não é percebida quando se trata de combater a corrupção que continua exaurindo os cofres públicos por pessoas empoleiradas nas estruturas do poder; privilégios dos governantes ou contra a ineficiência e baixa qualidade dos serviços públicos em todas as áreas como saúde, segurança pública, meio ambiente; educação, infraestrutura, ciência e tecnologia, acarretando perdas de competitividade internacional para a economia brasileira.

É neste contexto que devemos inserir a questão da soberania, definida como a capacidade que um país tem interna e externamente em buscar a conquista e manutenção de seus objetivos nacionais permanents ou fundamentais como estabelece a constituição federal. Soberania deve ser entendida como a capacidade que um país tem para auto-determinar-se, ser dono de seu destino e neste sentido atender as necessidade e aspirações de seu povo por melhores condições e padrão de vida.

Soberania refere-se também a capacidade que um país tem em defender a integridade de seu território, de sua economia, de seus recursos naturais, financeiros e humanos. Para tanto precisa desenvolver meios científicos e tecnológicos autóctenes para não ficar na dependência de outros países e empresas multinacionais.
Muito se tem escrito e debatido nas últimas décadas sobre a necessidade do desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil, mas para tanto é fundamental melhorar de forma urgente a qualidade do sistema educacional brasileiro, desde o ensino fundamental , médio e superior, sem o que nossa capacidade de criação é quase nula. O Brasil e o governo se ufanam tanto pelo fato de sermos o quarto ou qinto mercado consumidor de tecnologia e um grande exportador de matérias primas brutas, com baixo valor agregado, enquanto os países centrais e alguns emergentes lutam para agregar valor `as sua exportações. Nossa participação no comércio internacional há décadas não consegue atingir sequer 3% do total. Como um país assim pode desejar se contrapor a uma potência hegemônica? Apenas com discursos inflamados? com bravatas? Algo mais concreto deve se feito, como aconteceu na China que em quatro décadas deu um salto qualitativo que a transformou em uma potência econômica, científica, tecnológica e militar de peso!

Juacy da Silva, professor universitário , titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia,
[email protected] Blog www.professorjuacy.blogspot.com

 

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