quarta-feira, 24/abril/2024
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Porta dos Fundos volta a ridicularizar a fé de cristãos

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Como bom brasileiro, acredito que o senso de humor é uma característica positiva de nosso povo.

Vivemos em um país sem censura, logo cada um pode usar o humor para falar do que bem entender. Mas devemos compreender os motivos que levam alguns artistas a se valerem desta prerrogativa para a prática de chacota da crença de quase 90% dos brasileiros. A resposta está na tentativa histérica, odiosa e ideológica de destruir as bases da civilização ocidental: a filosofia grega, o direito romano e a fé cristã.

Sou cristão, o que me torna alvo deste mundo pós-moderno e “progressista”, onde o ódio aos cristãos está na ordem do dia. Podem espernear e nos atacar, mas nunca nos calarão. Não seremos intimidados por suas “esquerdices”. Como não estão acima da lei, há de se levar em conta que o artigo 208 do Código Penal caracteriza como crime “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.

O grupo humorístico “Portas dos Fundos” não tem tido testosterona suficiente para atacar o Estado Islâmico e outras crenças. O ataque contra a revista “Charlie Hebdo”, no ano passado, com mortes sendo causadas por muçulmanos que não admitiam piadas com sua religião, certamente jamais irão ser planejadas por cristãos. Nós usamos da palavra, da verdade e do debate, não somos terroristas, nem usamos das armas dos marxistas que são a mentira, a desordem, a desonra, o deboche e a iniquidade.   

Minha formação teológica me ensinou que existe uma lei maior, que ensina o perdão e o amor ao próximo e principalmente a justiça.

Tudo isso deve ser levado em conta quando vejo que, mais uma vez, o grupo humorístico “Porta dos Fundos” publica um vídeo que zomba da figura de Jesus. Desde sua fundação, eles fizeram cerca de 25 episódios ridicularizando a religião, sobretudo o cristianismo. Ao que consta, pelo menos dois de seus integrantes – Fábio Porchat e Gregório Duvivier – são declaradamente ateus.

Recentemente, o deputado federal pastor Marco Feliciano, que também é do PSC, debateu com os integrantes do grupo em um programa de rádio. Os desafiou a fazer piadas com Maomé ou com o islamismo. O integrante do grupo e ator Gregório Duvivier aproveitou a oportunidade para atacar a bancada cristã, afirmando que os deputados católicos e evangélicos, da bancada, atrasam o Brasil. O ator usou da legalização do aborto para expor seu desapontamento com os deputados cristãos. Talvez agora, como provocação, o PDF fez mais um vídeo contra o cristianismo, novamente evitaram ataques contra os islâmicos ou outras crenças. Escolheram a crença dos milhões de brasileiros.

O episódio mais recente do “Porta dos Fundos”, retrata um médico dizendo a um cristão que tudo deu certo na cirurgia da sua esposa. Só que ao invés de agradecer o médico, o homem diz: “Obrigado, Jesus”. Entra em cena então hipoteticamente, “Jesus”, interpretado por Fábio Porchat, que tenta mostrar para o homem, personagem, que todos os seus conceitos estão errados. Afinal, “Jesus nada teve a ver com a situação”, seguindo um roteiro de escárnio. Diante da insistência do homem em mostrar sua fé, o “cristo” vivido pelo ator mata a esposa que saía da cirurgia como medida de retaliação, num ato de crueldade. Na sequência, desafia o Diabo a causar a morte de uma outra cristã, que estava na sala de espera. Fábio Porchat, ator que interpreta Jesus, consente e ainda acha graça da situação.

Esse vídeo, assim como a maioria dos que são produzidos pelo Porta dos Fundos (PDF), terá milhões de visitas. Os milhões de exibições de cada episódio que ataca Jesus atestam que, de modo especial, os brasileiros mais jovens estão aceitando a ideia de que a fé é ridícula ou mesmo relativizando aquilo que temos de valores e princípios. E pior, achando isso engraçado. Estamos vendo a pavimentação do relativismo revolucionário.

Mais uma vez vemos em ação uma tática comum ao marxismo cultural, que é ateísta na sua essência. A ideia transmitida pelo grupo não é um ataque a existência do Cristo em que acredita a maior parte da população brasileira. Eles agem de forma mais sutil, negando os conceitos cristãos sobre quem é Deus e como Ele age neste mundo.

Somente em 2016 foram três vídeos diferentes em que fizeram isso. Em março, no episódio “Jesus te ama”, Cristo aparece em um supermercado “desmistificando” a ideia que ama todas as pessoas. Um mês depois, fizeram outro material onde mostravam Cristo como uma espécie de miliciano violento, que coagia as pessoas a crerem Nele.

Atacar pastores, padres e a igreja, satirizando suas práticas é algo recorrente no humor, presente em programas de televisão no Brasil. Contudo, essa tentativa de “desconstruir” o Jesus dos Evangelhos é bem mais perigosa. Não se nega sua historicidade, tampouco seus ensinamentos morais. O objetivo é transformar a fé Nele em algo ridículo, absurdo e, sobretudo, ineficiente.

Desde o início, o grupo Porta dos Fundos (em 2012) tem provocado polêmicas como forma de chamar atenção, zombando de tudo e de todos. Por causa do sucesso do grupo, atores desconhecidos foram alçados à condição de celebridades.  Acredito que isso deveria nos causar preocupação, pois “celebridades” estão ganhando o status de “intelectuais” e de “formadores de opinião”. Fora das telas, eles estão ligados a um movimento ideológico de esquerda, que usa bordões como “mais tolerância”, “menos preconceito” e “mais amor”. Infelizmente, não demonstram isso com as pessoas que discordam deles. Meu apelo não é por censura, mas por reflexão. Até quando veremos impassíveis, tantos ataques aos fundamentos de nossa sociedade?

Vivemos em um período histórico que tenta impor um relativismo total. O marxismo não vem apenas como uma doutrina econômica ou política. Trata-se de uma crença, uma visão de mundo, uma fé centrada no ser humano. As experiências dos países que tentaram fazer isso mostram que os frutos não são bons. Invariavelmente, os primeiros a serem censurados, perseguidos e mortos foram os cristãos e judeus. Refletir é preciso, o que estão fazendo no Brasil não é somente piada, é a defesa de uma ideologia. Não percamos o humor, tampouco o senso crítico e nem a vergonha na cara.

Victorio Galli é deputado federal por Mato Grosso

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