quinta-feira, 28/março/2024
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Nada será como antes ?

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– Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas, como um mar num indo e vindo infinito", diz o verso da canção "Como um onda", do genial Lulu Santos. Diferente da canção mas próxima de todos nós está a realidade atual do país com tantas operações policiais de combate à corrupção. Porém, gostaria de puxar a conversa para nosso estado, onde várias operações caminham paralelo fazendo um imenso estrago nos meios públicos.

Temos presos um ex-governador, três secretários de estado, tivemos recentemente tivemos dois outros e um pouco mais atrás tivemos o sexto ex-secretário preso. Na Assembléia Legislativa o ex-deputado José Riva, dois secretários administrativos da Casa, mais 21 servidores por razões diversas. Ainda correm algumas operações policiais que poderão resultar em novas prisões. Sem contar que temos parlamentares estaduais na mira de operações e até conselheiros do Tribunal de Contas afastado ou sob investigações.

Agora, sim, volto à música de Lulu Santos. A cultura política brasileira foi se desvirtuando nas últimas décadas e tornando o mandato político caríssimo. Na era Fernando Henrique Cardoso a política chamada neo-liberal extinguiu as empresas estatais que figuravam como financiadoras das campanhas eleitorais graças à fraca fiscalização do Tribunal de Contas e da sociedade sobre elas. Depois disso, começaram as triangulações financeiras com empresas de factorings e os financiamentos ficaram mais complicados, mas possíveis.

Hoje, os mecanismos de rastreamento eletrônico e as tecnologias de cruzamento de dados financeiros, somada com a pressão do Ministério Público pela fiscalização, tornaram cada dia mais complicado triangular recursos financeiros e fraudes para bancar eleições. As prisões citadas estão todas relacionadas à captação de dinheiro pra pagar dívidas eleitorais ou pra financiar campanhas eleitorais futuras.

Por isso, quando acabarem todas as operações policiais do momento, e outras que ainda virão, os mandatos terão que ser revistos, porque a não ser quem for muito rico e aplicar o seu próprio dinheiro, ficará difícil eleger-se com dinheiro vindo indiretamente dos cofres públicos. Como será isso? perguntará o leitor. Muitos caminhos, entre eles uma ampla reforma política quando só Deus sabe. Se demorar, mais cadeias e mais prisões de gente que ocupa ou ocupou cargos públicos. Porém, a esperança está na canção: "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia".

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

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